São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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País supera México em venda de empresas

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil ocupa a 18ª posição e figura acima do México e da China no ranking dos países alvos de aquisições internacionais, revela estudo da consultoria Ernst & Young.
Essa atividade somou US$ 695 milhões no país em 1993 –cifra que, na América Latina, somente foi inferior à da Argentina, que movimentou US$ 1,4 bilhão.
A julgar por outra sondagem recentemente conduzida pela Ernst & Young, torna-se provável que o país vai escalar mais degraus desse ranking nos próximos anos.
O Brasil foi apontado como sexto mercado preferencial para investimentos de multinacionais, o que confirma previsões formuladas por especialistas de que a partir de 1995 haverá entrada maciça de capitais estrangeiros.
No primeiro semestre, as fusões e aquisições contabilizaram US$ 1,1 bilhão no país, segundo estimativa da consultoria KPMG. Nos últimos 2,5 anos, as incorporações têm representado entre 62% e 67% dos negócios.
O levantamento da Ernst & Young aponta recuperação no número de aquisições de empresas –que quadruplicaram em relação a 1983 e atingiram 923 no ano passado. O recorde foi atingido em 1989, quando foram registradas 2.560 transações.
As incorporações de empresas além fronteiras são motivadas pela necessidade de buscar custos competitivos de produção ou matéria-prima, saturação dos mercados domésticos, estratégias de globalização e oportunidades no exterior.
Apesar disso, os valores envolvidos declinaram nos três últimos anos. As transações internacionais, que chegaram a movimentar US$ 102,8 bilhões em 1990, somaram apenas US$ 66,1 bilhões em 1993.
Essa redução foi provocada pela recessão nos mercados norte-americano e europeu, que obrigou as corporações a limitar as operações ao mercado interno e redobrar atenções para estratégias de sobrevivência.
O fim do ciclo recessivo e a continuidade do crescente número de aquisições indicam a possibilidade de que os volumes envolvidos nas transações deste ano serão superiores.
As corporações européias lideram, desde 1985, o ranking de aquisições internacionais, seguidas pelas norte-americanas.
Em 1993, as compras das européias no exterior atingiram US$ 33,2 bilhões, decorrência ainda da formação do bloco econômico regional.

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