São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Plano de ação do Exército opta pela 'dissuasão'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O plano de ação contra a criminalidade no Rio vai procurar evitar o choque direto das Forças Armadas com os responsáveis pelo tráfico de drogas nas favelas.
Essa decisão tem como principal motivo evitar o desgaste que as Forças Armadas poderiam sofrer em uma ação a ser desenvolvida em área civil.
A Folha apurou que o plano elaborado pelo Exército prevê que a mobilização em torno das ações iniba qualquer tentativa de reação por parte dos traficantes.
Além de facilitar a ocupação das favelas, isso diminuiria o risco de vítimas durante a operação.
Na semana passada, em entrevista à Folha, Flávio Pires da Silva, o Flávio Negão, chefe do tráfico na favela de Vigário Geral, disse que sua disposição era a de "brigar com a polícia, não com o Exército".
Se houver necessidade de um confronto com o tráfico, nele deverão ser utilizados, preferencialmente, integrantes das polícias Militar, Civil e Federal.
Tropas das Forças Armadas só deverão ser utilizadas caso haja o risco de uma derrota.
A opção do Exército pelo não-confronto fica clara no texto do convênio assinado, na última segunda-feira, entre o presidente Itamar Franco e o governador do Rio, Nilo Batista.
Não há, nas cláusulas do convênio, qualquer citação explícita ao papel que poderá ser desempenhado pelas Forças Armadas no combate direto ao tráfico.
O convênio, porém, dá margem a essa atuação ao dizer que também cabe às Forças Armadas garantir "a lei e a ordem".

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