São Paulo, sexta-feira, 4 de novembro de 1994
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Mortos por incêndio no Egito podem passar de 400

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 320 pessoas morreram no incêndio causado pelas chuvas torrenciais que caíram sobre Durunka, no sul do Egito, anteontem, segundo balanço oficial. Contas das autoridades sanitárias e equipes de resgate põem a cifra em 427 mortos pelo fogo.
Ontem, oficiais do Exército deram uma descrição mais detalhada do acidente. Ao lado de um depósito de combustível do Exército havia uma elevação sobre a qual corria uma estrada-de-ferro.
Durante as cinco horas de chuva que caíram na cidade, cerca de três metros de água se represaram entre uma colina e a estrada. A elevação cedeu levando consigo um pedaço da estrada e vagões carregados de petróleo para abastecer o depósito.
Há duas hipóteses para a deflagração do incêndio. Ou o desmoronamento da estrada derrubou postes de eletricidade e faíscas atingiram o combustível derramado, ou um raio atingiu o petróleo.
A segunda hipótese é mais provável, segundo o Exército. O fogo atingiu um dos tanques do depósito –com oito tanques e capacidade para 15 mil toneladas de petróleo, óleo diesel e querosene.
O combustível em chamas se misturou à enxurrada que inundou a cidade. Entre 200 e 400 casas foram queimadas. Ontem, mais de 36 horas depois do acidente, um dos tanques ainda queimava.
Outras 35 pessoas morreram por causa das chuvas na mesma província de Asiut –onde fica Durunka– e nas províncias de Sohar e Qena. A agência }Reuter, citando membros das equipes de socorro, fala em mais de 60.
O premiê Atef Sedki visitou com cinco outros ministros a região de Durunka. Segundo ele, o acidente foi um ato de Deus: "E como tal devemos aceitá-lo".
Sedki ordenou o fechamento do depósito de combustível de Durunka e disse que todos os demais do país podem ser revistos. Habitantes de Durunka culpam o governo pelo acidente. Segundo membros das equipes de resgate, o depósito de combustível não tinha sequer extintores de incêndio.
Os carros de bombeiros demoraram horas para chegar. "As equipes de resgate não salvaram ninguém aqui. Elas vieram apenas retirar os corpos", disse Ali Mohammed, um morador.

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