São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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FHC confirma Paulo Renato no ministério

GABRIELA WOLTHERS
ENVIADA ESPECIAL AO PARAGUAI

O presidente eleito do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, confirmou ontem o primeiro nome de seu ministério –o do economista Paulo Renato Souza, que coordena seu programa de governo.
FHC não confirmou, no entanto, se Paulo Renato vai mesmo ocupar a Secretaria do Planejamento, o que é dado como certo pela maioria de seus assessores.
"Ele está me ajudando, mas eu não sei qual cargo", disse FHC. FHC voltou a afirmar que o Planejamento será uma das principais pastas de sua gestão.
"Acho que o presidente precisa estar informado e acompanhando o desempenho dos vários ministérios", disse FHC comentando as atribuições da pasta.
"A coordenação é importante e requer uma secretaria no Palácio do Planalto", afirmou, reiterando que a pasta estará diretamente subordinada ao presidente.
Para o tucano, o fato de que haverá um aumento de poderes do Planejamento não significa que será criada uma super-secretaria. "Eu não quero nenhuma grande estrutura, pois, com isso, se aumenta a burocracia", disse FHC.
"Ao invés de obter o resultado que eu desejo, que é o de maior coordenação, eu teria o resultado oposto. Eu quero que o governo desinfle, não que infle".
Ele afirmou ainda que não sabe quantos ministérios seu futuro governo terá, pois ainda não recebeu os estudos definitivos de seus assessores.
Neste momento, FHC aproveitou para, em tom de brincadeira, criticar as especulações sobre os ministeriáveis: "Eu estou esperando a imprensa terminar de fazer o ministério Gutenberg para decidir", disse, referindo-se àquele que é considerado o criador da imprensa.
FHC falou aos jornalistas na sede da Embaixada do Brasil em Assunção, no Paraguai, ontem à tarde. Antes, deu palestra para empresários paraguaios na Escola de Adminstração e Negócios de Educação Superior.
Mercosul
FHC também defendeu ontem a criação de um parlamento único para os países que formam o Mercosul (Argentina, Paraguai, Brasil e Uruguai). Afirmou, no entanto, que a instalação do Parlatino, que reúne todos os países da América Latina, é prioritária.
Ontem de manhã, o presidente eleito se reuniu na residência oficial da embaixada brasileira em Assunção com líderes da oposição paraguaia.
Entre as lideranças políticas, estavam o presidente do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), Domingo Laino, e Guillermo Vargas, presidente do Partido do Encontro Nacional, ambos de oposição ao presidente Juan Carlos Wasmosy, do Partido Colorado.
Na reunião, FHC disse que esse parlamento poderia dar mais agilidade ao Mercosul, pois seria a instância responsável pela condução desse bloco econômico. "É preciso chegar ao parlamento conjunto para que se possa chegar a uma história conjunta", disse FHC.

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