São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994 |
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Médico teve ajuda de Quércia
CLAUDIA TREVISAN
Quércia lhe enviou material de campanha e ajudou na elaboração de seu programa de TV. Folha - O sr. faz um discurso contra as oligarquias. Mas até o ano passado era filiado ao PPR, que hoje está com seu adversário. O que mudou? Mão Santa - Aí é que está a grandiosidade. Eu fui solicitado a entrar na política por Petrônio Portela (senador morto em 80). Era Arena. Fiquei no PDS, e fiquei quando estava por baixo. Eu me elegia nesse PDS contra tudo e contra todos. No PPR não tinha espaço porque não sou da família deles. A oposição, vendo isso, acenou para eu ser o candidato. Eu não deixo minha mulher, mas deixar um partido eu deixo. Folha - Mas essas forças que o sr. combate não são as mesmas com as quais esteve ligado até há menos de um ano? Mão Santa - Não, eu não tinha ligação. Igual Abraham Lincoln. Ele perdeu cinco eleições e mostrava independência, voltava para o escritório de advocacia. Toda a vez que eu não estava num cargo político, eu voltava ao meu trabalho. Folha - O sr. é acusado de explorar a fama de milagreiro na campanha... Mão Santa - Não tem essa fama de milagreiro. Tem fama de médico bom e respeitado. Pela necessidade, eu chegava a fazer 12 cirurgias por dia. Folha - Mas sua campanha reforça essa fama. Seu material de campanha traz o apelido Mão Santa, com uma auréola em cima. Mão Santa - Evidentemente é um apelido bom. Mas isso faz a história. Abraham Lincoln, teve aquela história de lenhador. Ele nunca foi lenhador. Aquilo pegou, como pegou o Mão Santa. Folha - Qual é sua estratégia até o dia da eleição? Mão Santa - Time que está ganhando não se mexe. Minha estratégia é só sorrir, cumprimentar e esperar o tempo. Texto Anterior: 'Milagres' ajudam Mão Santa no Piauí Próximo Texto: Lira foi do Partido Comunista Índice |
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