São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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Conto trata namoro em cabine

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

As bitolas do Expresso Vera Cruz das onze fazem parte de um dos contos do primeiro livro do conterrâneo de Itamar Franco naturalizado carioca, José Rubem Fonseca.
"Gazela" está em "Os Prisioneiros", que o escritor lançou em 1963, e será relançado, ao lado de dois inéditos, em uma compilação com os contos de Rubem Fonseca que a Companhia das Letras coloca nas livrarias em dezembro.
O personagem central da trama é um redator que vive o ápice do romance de sua vida na cabine 13/14 do trem durante uma viagem para São Paulo.
Entre beijos, casacos e malas, Rubem Fonseca descreve a penumbra que tomava os vagões em noites de lua cheia e ambiente aconchegante das cabines.
O livreiro de luxo Pedro Corrêa do Lago, 36, que se casa dia 15 de dezembro com Bia Fonseca, filha de Rubem, conta os dias para a volta do funcionamento do Trem de Prata.
Com a namorada no Rio e sua infra-estrutura em São Paulo, Lago é vítima das filas de fim-de-semana da Ponte Aérea.
"Vou ser usuário frequente dos novos vagões", garante. "Acho romântico pensar no barulhinho do trem e uma boa companhia."
Sua única reclamação do novo trem é o horário. "Acho que a saída podia ser um pouco mais tarde, para aproveitarmos melhor a noite antes de viajar."
O escritor João Carlos Pecci, autor de "Vinicius Sem Ponto Final", uma das biografias de Vinicius de Moraes lançada ano passado, também tem boas recordações do "avião dos covardes".
"O que mais me surpreendia no trem eram as cabines, condensadinhas e compactas, onde tudo se ajeitava perfeitamente."
(CC)

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