São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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'Rio paga caro por se expor'

DA SUCURSAL DO RIO

O governador Nilo Batista (PDT) é adepto da tese de que o Rio "paga caro por expor suas entranhas e se submeter aos processos com uma transparência incomparável".
O economista Carlos Lessa não tem um diagnóstico único. Ele coordena o Conselho da Cidade, órgão público-privado que estuda projetos para recuperar o Estado.
Segundo Lessa, há duas leituras para o fenômeno. A primeira é a tese defendida por Nilo. A segunda é que "tudo ficou tão grave que levou a esse estouro". Em cada caso, segundo ele, prevalece uma ou outra explicação.
Para o candidato a deputado federal Fernando Gabeira (PV), a crise avançou "junto com o mito de que o malandro é o esperto e o otário trabalha muito".
Gabeira cita como reação social a prisão dos bicheiros e a anulação das eleições devido à fraude. "Há bem pouco tempo, ir ao camarote dos bicheiros era in até para o high society."
O deputado Miro Teixeira (PDT) vê na história do Rio, que já foi capital do país e cidade-estado, as razões para a crise. "Nunca desenvolvemos um projeto de continuidade."
Miro faz coro com os cariocas orgulhosos: "Com os cidadãos mais críticos do país, o Rio é o lugar mais difícil para autoridades corrompidas esconderem vísceras e mazelas."

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