São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994
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Lojas ampliam número de prestações

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As grandes lojas de departamento e de eletrodoméstico estão ampliando o número de prestações de suas vendas a prazo para tentar manter o movimento aquecido.
O patamar da taxa de juros, que chega a até 11% (veja quadro acima), foi mantido.
O aumento do número de prestações está sendo financiado pelo próprio comércio, que não revela o total de investimento nesta área. As financeiras bancam três destas parcelas, como permite a medida do governo.
A Arapuã, por exemplo, vende em dez prestações com juros de até 9,5% ao mês. Antes das medidas, anunciadas em 19 de outubro passado, a rede vendia em até 12 vezes, com os mesmos juros.
"É a forma encontrada para manter o consumo aquecido e as encomendas das indústrias", diz o diretor João Alberto Ianhez.
As Lojas Cem financiam em até nove meses 30% das vendas a prazo. "Quando reduzimos para três prestações, o movimento caiu 30%", afirma Edson Alves dos Santos, supervisor de vendas.
Segundo ele, a rede optou por aumentar o número de prestações porque as vendas do crediário representam 80% do volume total.
Mesmo assim, diz Santos, as vendas estão 10% abaixo do que as praticadas antes das medidas de arrocho ao crédito.
Na quinta-feira, o Mappin ampliou de cinco para sete o número de prestações do crediário. "Com o real e vendas em dez vezes, o crediário se estabilizou em 20% das vendas. Caiu para 12% com a redução das prestações", diz Sérgio Orciuolo, diretor.
Agora, o Mappin espera voltar ao patamar de 20% de vendas no crediário.
O quadro, no entanto, é de queda acentuada nas vendas para as lojas sem recursos próprios para financiar o consumo.
A G.Aronson, por exemplo, está mantendo as três prestações, bancadas pela sua financeira, a Opercred, mais juros de 11%.
"Estamos apenas atendendo a classe média, que tem recursos para comprar em poucas prestações", diz Girz Aronson, dono.
Ele estima uma queda de 50% em suas vendas. "Antes das medidas, chegamos a movimentar R$ 500 mil por dia no crediário. Agora, não temos recursos para bancar as vendas e perdemos clientes."

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