São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994 |
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Brasileiro revela nova geração de craques
TELÊ SANTANA Terminado o primeiro turno da segunda fase do Campeonato Brasileiro, pode-se fazer uma avaliação do que foi a competição até aqui.Como sempre acontece, algumas equipes se destacam, enquanto outras decepcionam. O importante, porém, é que o futebol brasileiro continua produzindo bons jogadores. Em primeiro lugar, os times que conquistaram vagas nas quartas-de-final, Palmeiras e Corinthians, fizeram boas campanhas e mereceram a vaga. Ambas as equipes foram bem dirigidas por seus técnicos e apresentaram bons jogadores, não só os titulares, mas também contaram com reservas à altura. E isso é fundamental para se manter a regularidade num campeonato. Além desses dois times, as atuações de Sport e Guarani também me chamaram a atenção. Dentro e fora de casa, mostraram um belo futebol, com conjuntos de força e sem nunca apelar para a violência. Outras equipes, no entanto, não renderam tudo o que se esperava. O São Paulo ainda luta pela classificação. Os times do Rio, de Minas Gerais e do Sul também decepcionaram. Em parte, as dificuldades financeiras por que alguns desses clubes passam, como Flamengo e Atlético-MG, influíram nos maus resultados. Outros enfrentaram problemas de excesso de compromissos e caíram de produção. Foi o que aconteceu com o São Paulo e o Cruzeiro, que além de disputar o Campeonato Brasileiro, estiveram envolvidos em competições sul-americanas. Na verdade, é humanamente impossível jogar tantas partidas –e de tamanha importância, o que sobrecarrega o atleta– em tão pouco espaço de tempo. Mas, mesmo entre as equipes que decepcionaram, surgiram novos craques. E isso é importantíssimo para o futebol brasileiro que, mesmo exportando jogadores, pode renovar seus quadros. Foi assim que vi Juninho, do Sport, fazendo belos jogos. Também o Vasco tem um bom time, praticamente todo feito em seu "celeiro". Até o Flamengo, com todos os problemas financeiros, revela Sávio, Hugo e Magno, mostrando mantém um bom trabalho de base. E não preciso nem citar Amoroso, a grande revelação do campeonato. Alguns desses jogadores já mostraram do que são capazes na fácil vitória da seleção de novos sobre o Chile. E a equipe nem treinou para o jogo! É uma nova geração, que o Campeonato Brasileiro está revelando, e que nos dá a esperança de manter a supremacia do Brasil no futebol mundial. O técnico Telê Santana, 63, escreve na Folha aos domingos Texto Anterior: Japoneses cultuam seu herói brasileiro Próximo Texto: Mais de 27 mil correm hoje na Maratona de Nova York Índice |
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