São Paulo, domingo, 6 de novembro de 1994 |
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Orientais se sentem frustrados
SILVIA BITTENCOURT
Segundo eles, suas experiências e qualificação profissional são frequentemente desconsideradas pelos alemães da parte ocidental. Os alemães-orientais também criticam o atual governo por não aproveitar nenhuma realização do extinto Estado socialista. É o caso das creches, numerosas na Alemanha Oriental e que agora vêm perdendo incentivo. As queixas também se dirigem ao processo de privatização. Mais de 3.300 empresas alemãs-orientais foram liquidadas, atingindo cerca de 330 mil trabalhadores. Na opinião de Antje Lass, técnica de laboratório na Universidade Humboldt, de Berlim Oriental, a reunificação ampliou o mercado. "Antes, demorava muito para mobiliar um apartamento." Lass também destaca, entre as coisas boas, a liberdade de viajar para fora do país. "Mas agora minha situação financeira não permite isso." Os alemães-ocidentais sentem a reunificação principalmente através do aumento dos impostos. Em janeiro, será reinstituída a "taxa da solidariedade" para a reconstrução da parte oriental da Alemanha. Berlim Já para os berlinenses-ocidentais, a queda do Muro afetou demais a vida na cidade. Até 89, Berlim Ocidental –uma espécie de "cidade-ilha" cercada pela socialista RDA– recebia muitos subsídios e brilhava ao lado da escura Berlim Oriental. Agora, os subsídios foram cortados e aos 2 milhões de berlinenses-ocidentais juntou-se 1,5 milhão de berlinenses-orientais. "A abertura foi muito importante, mas a violência aumentou", afirmou o marceneiro Giovanni Sunseri, 34, que mora na parte ocidental de Berlim. Ele acredita que a violência se deve à frustração de muitos jovens desempregados. (SB) Texto Anterior: Há cinco anos sem o Muro, Alemanha continua dividida Próximo Texto: Leste Europeu tropeça nas reformas Índice |
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