São Paulo, segunda-feira, 7 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prostíbulo risonho; Sexo teen; Posições; Ministro da inflação; QI das raças; Eucalipto x pau-brasil; Violência no Rio; Místico

Prostíbulo risonho
"O professor Roberto Romano pertenceu durante vários anos ao Departamento de Ciências Sociais Aplicadas à Educação desta Faculdade de Educação (Unicamp), onde se distinguiu por seu comportamento ético, dignidade e responsabilidade profissionais. Ele está sendo processado por injúria e difamação pelo deputado federal Roberto Cardoso Alves devido ao artigo 'O prostíbulo risonho', publicado na seção Tendências/Debates deste jornal em 6/09 último. Entendemos que o professor Romano foi atingido por se ter manifestado, com indignação, em defesa das instituições democráticas e por ter usado, com coragem e independência intelectual, da liberdade de expressão e crítica, valores conquistados no país após longos anos de arbítrio. Por essas razões, este Departamento de Administração e Supervisão Educacional (Dase) vem a público manifestar seu apoio e solidariedade irrestritas ao colega."
Raquel Pereira Chainho Gandini, chefe do Departamento de Administração e Supervisão Educacional da Universidade Estadual de Campinas (seguem-se mais 13 assinaturas) (Campinas, SP)

"O Departamento de Filosofia da Universidade Estadual Paulista (Unesp, Marília) manifesta sua irrestrita solidariedade ao professor Roberto Romano em relação ao incidente e disputa judicial envolvendo o deputado Roberto Cardoso Alves. Em tempos tão carentes de dignidade civil, é mais do que nunca lamentável que se procure cercear uma das vozes consistentemente atuantes na preservação da coisa pública brasileira."
Cosme Damião Bastos Massi e professores do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp (Marília, SP)

Sexo teen
"Discordo da reportagem publicada no último dia 24/10, onde o médico ginecologista José Aristodemo Pinotti falou que uma garota não pode 'transar' antes dos 18 anos, pois é imatura e desinformada sobre sexo (como prevenir gravidez, Aids etc.). Tudo bem que antes dos 18 nosso corpo não está 'pronto' para transar. Agora, dizer que somos desinformadas é um absurdo. O assunto 'sexo' já faz parte do currículo, com palestras sobre o assunto."
Camila Rocha Peixoto (Santos, SP)

Posições
"Não dá para entender as posições de Gilberto Dimenstein. No seu artigo 'Que vergonha, presidente' já deprecia certas posturas do 'recém-ungido' presidente numa festa comemorativa da vitória das eleições, notando-se, portanto, certa descrença do jornalista quanto ao futuro ocupante do Palácio do Planalto. Às vezes malha e outras elogia as posturas do PT. Qual é a sua?"
Maria de Fátima Silami Ibrahim (Ouro Preto, MG)

Ministro da inflação
"A propósito da seção Tendências/Debates de 29/10, acho deplorável que um jornal do porte da Folha gaste papel e tinta e ainda venha azucrinar a paciência dos leitores cedendo espaços e mais espaços ao sr. Mailson da Nóbrega. Ou será que eu sofro de amnésia e ele não foi o ministro responsável pela hiperinflação nos estertores do governo Sarney, que devorava o salário do trabalhador e engordava a renda dos especuladores?"
Nilson de Souza Holanda (Taboão da Serra, SP)

QI das raças
"O comportamento intelectual é inerente à raça humana, que em nenhum de seus cruzamentos produz híbridos. A probabilidade de determinada espécie subdesenvolver matrizes gênicas relativas a qualquer característica (sexualidade, inteligência, psicologia etc.) são nulas dentro da normalidade."
Lorival B. Andrade Jr. (Campinas, SP)

Eucalipto x pau-brasil
"Muito já se falou sobre o escândalo do eucalipto. Estão cobertos de razão aqueles que se levantaram contra o crime de se plantar 2 milhões de mudas desta árvore extremamente danosa ao meio ambiente, como muito bem detalha Alvaro Puntoni (Painel do Leitor, 4/11). Fica aqui uma sugestão ao senhor prefeito: que tal plantar pau-brasil? Afinal, essa árvore de tanta importância foi devastada pela ganância do homem e, como se fosse pouco, teve seu nome caído por terra num escândalo que se chamou justamente Pau-Brasil. Não seria hora de recuperar essa planta duas vezes devastada?"
Paulo Gonçalves (São Paulo, SP)

Violência no Rio
"Nem Freud construiria uma análise tão perfeita como o fizera Arnaldo Jabor sobre a violência no Rio de Janeiro, publicado em artigo na Ilustrada que circulou em 1/11."
Roque Miranda (São Paulo, SP)

"Cheguei à conclusão que o único 'louco' com juízo que aí trabalha é o Arnaldo Jabor, vendo seu último artigo sobre os recentes acontecimentos no Rio e a solução 'inteligente' que arrumaram. Parece até o velho roteiro de 'High Noon'. Quero ver quem vai ter peito de mandar o xerife embora para casa. Eu gostaria, sim, de ver as nossas gloriosas tropas invadirem as residências dos 'lordes' do tráfico. Um problema social não se soluciona com balas e violência. Demanda muito trabalho e recursos. O comércio da droga é consequência de tudo o que há de mais negativo na sociedade."
J. C. Mendes da Silva (São Paulo, SP)

"A presença das Forças Armadas no Rio de Janeiro certamente não derrocará maciçamente o caos que permeia a ex-capital nacional, mas retardará, não há dúvida, uma intensificação ainda maior do domínio do crime organizado. O convênio firmado entre o governo federal e o governo estadual, visando a ação conjunta das várias polícias e tendo em seu comando as Forças Armadas, era urgente e inescapável. Há que se acabar com essa ultrajante e hedionda situação de desgraça promovida e patrocinada pelos narcotraficantes que se divertem às expensas da degradação do homem social e de sua sociedade. O Estado deve, através de uma forte ação das Forças Armadas, mostrar quem é quem nessa 'guerra civil' vivenciada por nós, cidadãos, e fazer valer seu poder de polícia, firme e austero, a fim de que se garanta, com eficiência, a aplicabilidade da lei. O banditismo e a marginalidade alcançaram respeito frente à sociedade e é isso que temos de combater, expurgar e execrar de nosso convívio, pois um quadro como este é inadmissível numa sociedade civil organizada. O caos social que fervilha sobre a cidade que um dia foi maravilhosa não pode, em hipótese alguma, vencer suas fronteiras reproduzindo-se ainda mais. Lutemos a favor da paz social."
Fabio Augusto Generoso (São Paulo, SP)

Místico
"Ao longo dos noticiários da imprensa em geral, o termo 'místico' vem sendo empregado para rotular qualquer comportamento fora dos padrões racionais, cuja motivação se derive da fé ou crença em algo que transcenda a matéria e suas limitações físicas. Para ser místico nos dias de hoje, cada vez mais é necessário conhecer a ciência moderna, os avanços da psicologia, da genética, da astronomia –enfim, de todos os campos do conhecimento humano."
Lauro Fabiano de Souza Carvalho (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Saúde, planejamento e gestão
Próximo Texto: O síndico e o presidente
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.