São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994 |
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Contratação na indústria é a maior desde julho de 91
ANTONIO CARLOS SEIDL
Foram contratados 11.481 trabalhadores, significando um aumento de 0,50% no nível de emprego industrial no Estado de São Paulo. Horacio Lafer Piva, diretor de Pesquisas da Fiesp, disse que o bom resultado de outubro era esperado devido ao aumento do consumo desde julho, o que levou as indústrias a aumentar as contratações. Houve, de fato, em agosto, setembro e início de outubro, um aquecimento da demanda causado pelo ganho real de salários em classes de alta propensão de consumo, disse Piva. Apesar do resultado positivo de outubro, o nível de emprego industrial ainda acumula, no ano, uma redução de 1,70%, representando o fechamento de 39.993 postos de trabalho na indústria de transformação do Estado de São Paulo. Nos últimos doze meses, o nível de emprego industrial também é negativo (-2,50%), significando a demissão de 59.181 trabalhadores. Tendência ruim O aumento das admissões na indústria em outubro não foi, porém, uniforme ao longo do mês. Ao contrário, mostrou uma tendência ruim, segundo Piva, a partir da segunda quinzena. Após registrar variações positivas de 0,24; 0,28% e 0,05% nas três primeiras semanas do mês, o nível de emprego mostrou uma redução de 0,08 na quarta semana de outubro. O fechamento de 1.874 postos de trabalho na quarta semana foi, no entanto, altamente influencido pela demissão de 1.100 operários pela Cobrasma. Primeira indústria de equipamentos ferroviários do país, a Cobrasma encerrou, na semana passada, as atividades de sua fábrica de Osasco. Piva também atribui a cautela recente da indústria nas contratações aos temores dos empresários de que as medidas de arrocho ao crédito vão engessar o consumo do final de ano. A Fiesp não espera um aumento das contrataçoes em novembro e dezembro. A expectativa é de estabilidade. Uma nova fase de contratações, afirmou, está condicionada à uma nova fase de investimentos no país. Os investidores estrangeiros estão esperando uma sinalização forte de Fernando Henrique Cardoso quanto à prioridade absoluta das reformas estruturais. Com essa sinalização, afirmou, os investidores vão para destinar capitais de risco na ampliação da capacidade instalada e criação de postos de trabalho. Em outubro, 25 setores dos 46 pesquisados pela Fiesp contraram mais do que demitiram, o inverso ocorreu em 12 setores com estabilidade em nove setores. Entre os setores que tiveram desempenho positivo estão doces e conservas alimentícias (6,37%) e produtos de cacau e balas (6,16%). O maior desempenho negaativo foi registrado pelo setor de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários (-5,97%). Texto Anterior: Organizando a abertura Próximo Texto: Governo dá 30 dias a bancos inadimplentes Índice |
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