São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994
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'Popular' atinge 52% dos carros vendidos

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os carros "populares" representaram no mês passado 52,4% do mercado de carros produzidos e vendidos no país .
É novo recorde de participação do segmento no volume total de vendas, superando os 51% registrados em agosto. Dos 78.384 automóveis negociados pelas montadoras em outubro, 41.080 foram "populares". Em setembro, haviam sido 38.839 (48,6%).
Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos), diz que a indústria começa a detectar sinais de uma redução de demanda pelo carro "popular".
Segundo Scheuer, já é menor o número de consultas "na ponta" (revendas). Citou também a queda na média de vendas do Mille pelo sistema "on line" da Fiat.
"O desequilíbrio entre a oferta e a procura deverá ser bem menor a partir de fevereiro do ano que vem", afirma Scheuer. "Se o ágio não acabar, sofrerá uma grande redução", prevê.
Ele conta com o aumento de produção dos "populares" já anunciado pelas montadoras, entre elas GM e Volkswagen. "A procura deve voltar a um patamar normal", afirma.
Em outubro, a Fiat vendeu 17.138 Mille e ficou com 41,7% do mercado do carro "popular". A Volks terminou o mês com 33,7% (12.303 Gol 1.000 e 1.581 Fusca). As vendas do Corsa 1.0 atingiram 5.822 unidades (14,2%). O Hobby vendeu 4.236 (10,4%).
Queda de vendas
A indústria brasileira vai terminar o ano com recorde de produção de veículos (1,56 milhão) e recorde de vendas no mercado interno (1,2 milhão).
Mas os fabricantes temem que esses números não se repitam em 95. "Se não houver mudança nas regras do jogo, a indústria instalada no Brasil vai vender 100 mil veículos a menos no ano que vem", afirma Scheuer.
Ele diz que o veículo fabricado no país vai perder espaço para o importado. As causas são a redução das alíquotas do Imposto de Importação e os impostos indiretos "em cascata" cobrados sobre o produto nacional.
A política cambial, se mantida, pode também reduzir o nível de exportações. "Nesse caso, a produção em 95 não passará de 1,5 milhão de unidades", afirma.

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