São Paulo, terça-feira, 8 de novembro de 1994 |
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EUA vão investigar os pais de desaparecidos
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O Departamento da Justiça dos EUA enviou ontem a todas as delegacias de polícia do país instruções para que pais de crianças desaparecidas sejam investigados e passem por teste de polígrafo (detetor de mentiras). A determinação veio após a comoção nacional provocada pelo caso dos meninos Michael, 3, e Alexander Smith, 14 meses, afogados pela mãe, Susan, em 25 de outubro passado e dados como desaparecidos durante nove dias. Susan Smith, 23, confessou seu crime depois de ter sustentado que as crianças haviam sido sequestradas por um homem negro. Pelas estatísticas policiais, 62% dos 1.200 casos anuais de assassinatos de crianças nos EUA são praticados por pais ou parentes das vítimas. Na Carolina do Sul, região sul dos EUA, Estado onde Susan Smith vive, a comunidade afro-americana continua protestando pela perseguição policial em todo o país a um inexistente sequestradror negro dos meninos. Com base na descrição de Susan Smith, que é loira, um retrato falado foi feito e distribuído pelos EUA. Algumas pessoas parecidas com o desenho chegaram a ser detidas e investigadas. A rede de TV por cabo CNN obteve uma cópia da confissão de Smith. A mãe dos meninos diz que dirigiu a esmo seu carro com as crianças durante horas, em meio a uma crise nervosa, e então resolveu se matar com elas. Smith, 23, afirma ter dado partida no automóvel duas vezes para afundá-lo num lago próximo à pequena cidade de Union, onde vivia. Mas acabou por decidir sair do carro e deixar que os filhos se afogassem. O advogado de Smith confirmou a veracidade da transcrição da confissão apresentada pela CNN, mas negou a história publicada ontem pela revista "Newsweek", segundo a qual Susan Smith viu o filho mais velho se debatendo antes de o carro afundar. Os policiais que acharam o carro de Smith na quinta-feira passada disseram que as janelas estavam fechadas. Isso fez com que a morte dos meninos demorasse mais do que se as janelas estivessem abertas. A polícia de Union desmentiu que outra pessoa estivesse prestes a ser acusada de ter ajudado Susan Smith a matar as crianças. Tanto o ex-marido e pai dos meninos quanto o ex-namorado de Susan Smith foram investigados e, segundo a polícia, são inocentes. Susan Smith está sob vigilância permanente e em cela solitária para se evitar suicídio ou atentados contra ela. Diversos prisioneiros das penitenciárias da Carolina do Sul prometem matá-la se a virem. Texto Anterior: Juiz do caso O.J. Simpson libera TV no julgamento Próximo Texto: Vitória bósnia poderá ajudar paz, diz ONU Índice |
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