São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994
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Preço do frete sobe até 50% após o Plano Real

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço médio do frete rodoviário cobrado pelas empresas de transporte de carga subiu entre 5% e 10% desde o início do Real. Nos transportadores autônomos, este aumento chega a 50%.
As informações foram fornecidas pela Associação Nacional das Empresas de Transporte de Carga (NTC). A Folha tentou, até às 19h, falar com José Araújo da Silva, presidente da Federação Nacional dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens, mas não obteve retorno da ligação.
Os maiores aumentos ocorreram nas rotas de risco (devido à distância ou à condição de preservação das estradas), como São Paulo-Belém ou São Paulo-Porto Alegre.
O preço do frete está subindo, principalmente, devido ao aumento da procura por caminhões.
"Houve uma explosão da produção industrial e a frota não é suficiente. A consequência é a alta do frete, principalmente dos autônomos", diz Geraldo Vianna, vice-presidente da NTC.
Domingos Fonseca, diretor da Confederação Nacional dos Transportadores, diz que o Brasil tem uma frota de 1,2 milhão de caminhões com idade média de 13 anos. "Mas são necessários 1,5 milhão de carros e mais novos."
Para as empresas transportadoras, o reajuste dos fretes é consequência dos aumentos de custos.
Vianna, da NTC, cita pesquisa do setor, feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que aponta aumento de 14,48% de julho a outubro. As maiores altas são os preços dos veículos (36,8%), da recauchutagem (29,56%), dos pneus (7,38%) e o aumento de salários (12%).
"Nossos fornecedores estão retirando os descontos das peças, que chegaram a até 30%", diz Vianna.
Maria Lúcia Filarbo, da Fipe, diz que a apuração parcial do próximo índice já aponta uma menor pressão por reajustes de custos.

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