São Paulo, quarta-feira, 9 de novembro de 1994
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Indústria confirma aumentos

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria confirma. O preço do frete aumentou nos últimos dois meses até 60%.
Pelo menos é o que afirmam em alto e bom som grandes empresas, como Gessy Lever, Nestlé e a Abia (Associação da Indústria de Alimentos).
"Estamos com algumas sensações esquisitas. Temos enfrentado aumentos de tudo quanto é lado", reclama Edmundo Klotz, presidente da entidade, que reúne 2.500 associados e representa três quartos da produção de alimentos industrializados do país.
Segundo o empresário, o frete aumentou, em média, 50% em outubro em relação a agosto –mas houve casos de elevação de 60%. Os associados da Abia já começaram a sentir a pressão em setembro, relata a entidade.
Klotz diz que a indústria "está segurando os preços do jeito que dá, apesar de as pressões serem grandes".
A Gessy Lever, fornecedora de produtos de higiene e limpeza, diz que os fretes aumentaram, em média, 15% a partir de 15 de outubro. A variação foi de 8% a 40%, detalha Ronald Rodrigues, diretor de assuntos corporativos.
"É o aquecimento da demanda", explica. Além disso, mudou a rotina das entregas. O pico que geralmente ocorria no final do mês praticamente não existe mais. Os produtos saem da linha de produção para as prateleiras dos supermercados ao longo do mês –o que exige mais transporte.
Rodrigues faz uma ressalva. Diz que os preços continuam os mesmos desde a "urvização". E acrescenta: "Nossas margens já deram o que tinham que dar. Se as pressões continuarem, vamos ter que mexer em nossos preços".
A Nestlé informa que desde julho passado o frete subiu ao redor de 17%. Este aumento, segundo a empresa, ainda não foi repassado aos preços.

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