Folha de S.Paulo - Adversários manterão guerra judicial

São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994

Adversários manterão guerra judicial

DA SUCURSAL DO RIO

Os candidatos ao governo do Rio, Marcello Alencar (PSDB), 69, e Anthony Garotinho (PDT), 34, disseram ontem à Folha que vão continuar, após as eleições, a batalha judicial que travaram no segundo turno.
Os tucanos querem que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) decrete a inelegibilidade do adversário por três anos para impedir que, caso derrotado, ele se candidate a prefeito do Rio em 1996.
Garotinho disse que, SE eleito, vai se esforçar para que Alencar passe "meses de cadeia". Ele acusa o tucano de ter feito aplicações financeiras irregulares quando prefeito do Rio.
Garotinho ganhou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) três programas em rede de televisão, veiculados ontem em três módulos de 10 minutos e 42 segundos cada. Em todo o país, o horário eleitoral gratuito acabou no último sábado.
O TSE compensou os programas do PDT que haviam sido suspensos pelo TRE. A suspensão ocorreu porque Garotinho estava ocultando a sigla do PTB, que integra sua coligação.
O pedetista, que teria direito a 75 minutos de programa ao longo do dia, abriu mão de 38 minutos "para não cansar o eleitor". Ele passou o dia em campanha no noroeste do Estado.
Alencar almoçou com o locutor esportivo José Carlos Araújo, da rádio Globo. O locutor registrou a marca Garotinho em 81 e é processado pelo pedetista, que incluiu o apelido ao nome em 83.
Alencar entregou a Araújo, chamando-o de "Garotinho verdadeiro", um abaixo-assinado de jogadores e cronistas esportivos em repúdio à ação do candidato do PDT ao governo.
O tucano deverá denunciar hoje duas supostas armações que teriam sido preparadas pelo PDT para prejudicar sua candidatura e que foram desmontadas antes de chegar aos jornais.
Uma das armações teria envolvido dólares falsos. A outra deixaria Alencar em má situação para explicar irregularidades na manipulação de bônus eleitorais.

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