São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 1994
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Assassinato volta a ser tema de campanha

PAULO YAFUSSO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO VELHO

Nos últimos dias de campanha em Rondônia, o assassinato de Olavo Pires, senador e candidato ao governo em 90, voltou a ser o principal assunto.
Francisco José Chiquilito Erse (PDT) distribuiu aos eleitores cópia de um suposto "termo de compromisso" em que Valdir Raupp de Matos (PMDB) loteava o governo para conseguir apoios políticos nesta eleição.
O documento teria sido assinado inclusive por parentes do senador Olavo Pires depois de sua morte.
Raupp nega que tenha feito esse compromisso e afirma que o documento é uma montagem.
A Agência Folha não conseguiu ontem falar com ninguém da família do senador assassinado.
Os telefones que constam da lista não pertencem mais aos parentes de Pires.
"Se Raupp em 90 fez este acordo com pessoas que não tinham a menor importância, calcule o tamanho do acordo que fez com as raposas felpudas para este segundo turno", diz trecho do panfleto distribuído por Chiquilito.
Raupp
Raupp, 39, é comerciante em Rolim de Moura (500 km de Porto Velho). Foi eleito duas vezes prefeito do município (em 84 e 92). Renunciou ao mandato para concorrer ao governo do Estado.
Na eleição para governador em 90, ele vinha liderando as pesquisas de intenção de voto à frente do senador Olavo Pires.
Com o assassinato de Pires em outubro, despencou nas pesquisas e acabou perdendo para Osvaldo Piana (PP).
O candidato do PMDB disse à Folha que é "a segunda vítima daquele crime", referindo-se à morte de Pires.
Diante de comentários de que teria interesse na morte do adversário, Raupp responde: "A população sabe que eu não tenho nada com isso e confia em mim".
Chiquilito
Chiquilito Erse, 44, é formado em administração de empresas e funcionário público federal cedido ao governo de Rondônia.
Foi deputado federal pelo PDS de 82 a 86 e prefeito de Porto Velho, de 88 a 92. Considera-se um político de centro-esquerda.
Nessas eleições, a sua coligação, formada pelo PDT, PP, PTB e PL, elegeu os dois senadores, quatro dos oito deputados federais e 14 dos 24 estaduais.
Chiquilito nega que seja candidato do governo e diz que os eleitores estão sendo "levados a acreditar nesta mentira".
O candidato diz que, se está levando alguma coisa do governo, "é apenas o ônus".

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