São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Exército finaliza plano de operação

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Terminada a eleição no Rio, o Exército passa a finalizar os detalhes para dar início a alguma ação direta nos morros. A idéia é aguardar até sexta-feira.
Como a legislação limita as formas de prisão e detenção até 48 horas depois de fechadas as urnas, o Exército considera que o "timing" ideal seria a partir de sexta-feira.
Mas a data exata para o início da intervenção será mantida em sigilo até a hora da operação. As tropas seriam avisadas apenas minutos antes.
Para não chamar atenção, o Exército prentende manter o estado de prontidão das tropas, iniciado por causa da eleição.
Ao todo, são cerca e 16.500 soldados que ficaram disponíveis para atuar na segurança do processo eleitoral.
Em tese, como a eleição foi ontem, a tropa poderia ser desmobilizada. Mas o Exército também é responsável pela segurança durante todo o processo de apuração.
Embora o contingente necessário para garantir a segurança durante a apuração dos votos seja menor do que 16.500 homens, os militares devem aproveitar a tropa toda.
A fase atual da operação no Rio é classificada, no jargão militar, de "ação psicológica". Trata-se de uma demonstração de força, sem uma grande operação de busca e detenção de criminosos.
A próxima fase, que pode ter início a qualquer momento a partir de sexta-feira, é o que os militares chamam de "cerco".
No cerco, uma ou mais favelas serão escolhidas. Todos os acessos serão a essas áreas passarão a receber policiamento 24 horas por dia.
Só depois de concluído o cerco, os militares entrarão nos morros.
Não há estimativa de prazo, mas os militares pretendem agir antes do final deste mês.

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