São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Eleito será servido por 25 no palácio

Bandeirantes tem 2.500 funcionários

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo que tomará posse dia 1º de janeiro terá à sua disposição um local de trabalho com mais de 21.000 metros quadrados e 2.500 funcionários -o Palácio dos Bandeirantes.
Se decidir ocupar a ala residencial do palácio, estará a poucos passos de seu gabinete e poderá sentir a mesma estranheza que acometeu o atual ocupante, o governador Luiz Antônio Fleury Filho, em seus primeiros dias: não sair de casa para trabalhar.
Também terá que viver em uma "casa" de proporções incomuns. A ala residencial do Bandeirantes tem 2.000 metros quadrados divididos em 25 cômodos.
É servida por 25 funcionários, entre cozinheiros, copeiros, arrumadeiras, garçons e seguranças. E tem outra peculiaridade: é decorada com móveis do governo, que nem sempre guardam identidade com os ocupantes do Palácio.
A sala de jantar mais íntima, por exemplo, possui cadeiras de veludo que estampam o brasão de São Paulo no espaldar.
Ala residencial
Fleury manteve praticamente intacto o apartamento em que morava antes de assumir o governo. Para reduzir a frieza da ala residencial, levou alguns móveis e aparelhos pessoais, como TV, vídeo, CD e um computador.
O governador tomou outra providência para tentar dar ao Palácio o aspecto de um "lar". Ninguém –nem mesmo a segurança– entra na ala residencial sem sua autorização ou de alguém da família.
"Se não fosse assim, eu acabaria assinando decretos durante o jantar", diz Fleury.
A ala residencial não passou por qualquer reforma durante o atual governo.
Foi pintada depois de desocupada pelo ex-governador Orestes Quércia e deverá passar pelo mesmo processo agora.
Fleury pretende desocupar a ala residencial até meados de dezembro.
A novidade levada pela família de Fleury deixa o palácio junto com os atuais ocupantes: a casinha de madeira do buldogue Kid, que se "mudou" para o Bandeirantes em 1991.
Restaurante
Além do gabinete, funcionam no palácio órgãos de assessoria direta do governador, como a Casa Militar, o Cerimonial, as secretarias de Governo e de Planejamento e as assessorias de imprensa e de relações internacionais.
No térreo, existe um restaurante de 180 lugares que, por dia, serve 1.100 refeições gratuitas aos funcionários. Só na cozinha, trabalham 48 pessoas.
O governador ainda pode usar o Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão, e o Palácio do Horto Florestal, na serra da Cantareira.
Obras de arte
O prédio do Palácio dos Bandeirantes começou a ser construído em 1955 pela família Matarazzo para abrigar a Universidade Fundação Conde Francisco Matarazzo.
Dificuldades financeiras levaram a família a desistir do projeto. O imóvel foi desapropriado pelo governo do Estado em abril de 1964 (gestão de Ademar de Barros). Um ano depois, decreto o transformava em sede do governo.
O projeto original é do engenheiro Francisco da Nova Monteiro. Na gestão de Roberto de Abreu Sodré, o prédio passou por reformas que o adptaram às necessidades do governo. Foram construídos gabinetes e a ala residencial.
A sede do governo foi definitivamente transferida para o Palácio dos Bandeirantes em 1970.
O palácio tem um acervo de aproximadamente 2.000 peças de arte, entre pintura, escultura, tapeçaria, louça e móveis.

Texto Anterior: Fleury quadruplicou dívida do Estado
Próximo Texto: Fleury diz que PMDB será oposição
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.