São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Fleury diz que PMDB será oposição

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Luiz Antonio Fleury Filho afirmou ontem que seu partido, o PMDB, vai voltar para a oposição.
"O PMDB se formou na oposição e foi governo 12 anos. Agora vai fazer oposição, com respeito e construtiva", disse, depois de votar em Mário Covas às 12h no prédio da Fundação Cásper Líbero, na avenida Paulista, 900.
Fleury atribuiu a derrota do partido ao fato dele ter ficado muito tempo no governo. "Isso acomodou a militância e trouxe um desgaste natural à legenda."
O governador também criticou as declarações do presidente interino do PMDB, o deputado estadual João Leiva, publicadas ontem pela Folha .
Segundo Leiva, o partido deve passar por um "expurgo", se livrando dos integrantes que apoiaram Francisco Rossi.
"Essa história de expurgo é coisa do pessoal que perdeu a eleição. Eu não perdi a eleição porque não fui candidato", disse Fleury, se referindo ao fato de que Leiva não conseguiu se eleger deputado federal este ano.
Fleury não acredita em racha em seu partido. Ao ser perguntado se podem conviver no PMDB eleitores de Covas (como Leiva) e de Rossi (como Barros Munhoz), ele declarou que "não há nenhum problema nisso".
O governador lembrou que o PMDB não fechou questão sobre apoios no segundo turno.
Ontem, foi a primeira vez que Fleury afirmou abertamente que ia votar em Covas. Nessa hora, aproveitou para alfinetar o tucano: "Fiz questão de revelar o meu voto porque eu nunca fico em cima do muro", disse, em uma rápida referência à tradição do PSDB.
Covas
Para Fleury, Covas "nas circunstâncias, sem desmerecer o outro candidato, é quem tem condições –até pelas relações que mantém com o presidente– de resolver os problemas do Estado".
O governador ainda se defendeu das críticas de que teria endividado o Estado em US$ 30 bilhões. "O que aconteceu foi que as dívidas não eram colocadas nos balanços das empresas do Estado. Nós moralizamos isso e tornamos a dívida, que foi feita por outros governos, transparente."
Para Fleury, seu governo não vai ser lembrado pelo massacre de 111 presos na Casa de Detenção, em 1992, mas "pelas 120 mil casas populares que entregamos e pelo projeto das escolas padrão".

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