São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Lula diz que agora é um 'cidadão comum'

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Derrotado na eleição presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva quis tornar discreto seu voto em Mário Covas. Adiou a ida à seção eleitoral até as 15h30 e fugiu da imprensa com uma inusitada frase.
"Eu era uma figura pública na eleição. Agora sou um cidadão comum", afirmou Lula, tentando justificar a tentativa de fugir dos repórteres em frente à sua casa, em São Bernardo do Campo.
Lula proibiu que sua assessoria divulgasse o horário em que votaria. Depois, mandou que seus seguranças informassem que só iria votar às 16h30.
Às 15h30, ordenou que seu motorista tentasse fugir dos repórteres saindo em disparada pelas ruas da cidade.
Apesar de declarar-se agora "um cidadão comum", Lula tem planos políticos. Decide até a próxima reunião da cúpula petista, no dia 25, se reassume a presidência do partido.
"Vamos reestruturar o PT e precisamos crescer nas pequenas e médias cidades", disse Lula.
Para o petista, o voto em Covas não significa a possibilidade de participação de petistas no futuro governo tucano.
"Votamos em Covas porque ele é o melhor candidato no segundo turno, mas podemos contribuir mais na oposição", declarou.
Lula conversou por telefone com Vitor Buaiz e Cristovam Buarque, candidatos do PT aos governos do Espírito Santo e do Distrito Federal, respectivamente. A preocupação maior, porém, era com o "irmão" Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul.
"Quero a partir de amanhã andar em algum Estado mais democrático", disse sobre a chance de vitórias do PT no segundo turno.

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