São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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Filme foi manchete dos jornais

SERGIO AUGUSTO
DA SUCRUSAL DO RIO

Antes de se decidir pelo clássico dos irmãos Grimm, Disney pensou em dois outros marcos do gênero: "Rip Van Winkle", de Washington Irving, e "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, ambos vetados pelos seus financiadores. Em 1937, Disney ainda dependia de grana alheia.
Com um orçamento inicial de US$ 250 mil, levou quatro anos para concluir "Branca de Neve e os Sete Anões", gastando sete vezes mais que o previsto. A recompensa foi imediata: só nos EUA e Canadá o filme faturou cerca de US$ 5 milhões no primeiro ano.
Sua estréia, a 21 de dezembro de 1937, virou manchete dos jornais. Sua performance na bilheteria não chamou menos atenção: nunca um filme ficara cinco semanas em cartaz no Radio City Music Hall. Nem 32 semanas a fio nos cinemas de Paris.
Dublado em dez línguas, conquistou platéias em todos os quadrantes do planeta. Aqui e ali enfrentou problemas, alguns superados por pressão popular. Cismaram, na Holanda e na África do Sul, que as crianças se assustariam com certas passagens, mas não houve jeito de extirpá-las. Na Inglaterra, a censura não foi livre. Menores de 16 anos só puderam assistir ao filme com os pais.
Primeiro filme falado a superar as cifras do recordista mudo ("O Grande Desfile", de King Vidor), "Branca de Neve" não só tirou Disney do buraco como proporcionou-lhe a chance de construir um estúdio, em Burbank, por US$ 3 milhões, o núcleo de um império singular na história do cinema.
(SA)

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