São Paulo, quarta-feira, 16 de novembro de 1994
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PRI protege criminoso, diz Massieu

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente e a secretária-geral do partido governista do México foram acusados ontem de prejudicar as investigações sobre o assassinato de Francisco Ruiz Massieu, secretário-geral do partido.
O subprocurador Mario Ruiz Massieu, imão do assassinado, disse que o presidente do PRI (Partido Revolucionário Instuticional), Ignacio Pichardo, a secretária-geral e senadora, María de los Angeles Moreno, além dos senadores Gustavo Carbajal e Miguel Gonzáles Avelar, "se preocupam mais em defender criminosos do que em resolver o assunto de seu secretário-geral".
Francisco Massieu foi assassinado na Cidade do México no dia 28 de setembro. Estão presos -entre outros envolvidos no crime- o homem que atirou nele e um assessor do deputado Manuel Muñoz Rocha, apontado como mandante do crime. Muñoz está foragido. A procuradoria suspeita de que políticos acima de Muñoz no partido sejam os mandantes.
A Câmara licenciou Muñoz a pedido deste. "Foi um pedido de licença que não reúne nenhum requisito de autenticidade, (aceito) em um conluio entre a ex-líder da Câmara dos Deputados, atual secretária-geral do PRI e algum personagem da Procuradoria Geral da República alheio à investigação", disse Mario Massieu.
Para o subprocurador, a licença foi aceita para evitar a discussão da suspensão da imunidade parlamentar de Muñoz. Se essa fosse discutida pela Câmara, os aspectos políticos do assassinato ficariam longo tempo em evidência.
Para Mario Massieu, a cúpula do PRI quer ligar Muñoz aos traficantes de drogas e tratar o crime como um problema de gângsteres.
O presidente do PRI, Ignacio Pichardo, disse que as acusações de que a cúpula partidária atrapalha as investigações "não têm qualquer fundamento". Ele diz que o PRI foi o maior prejudicado pela morte de Massieu, "que era um político brilhante, e por isso desejamos que as investigações se acelerem, mas não que se distorçam".
Pichardo pediu que não sejam feitas acusações sem povas e exigiu que Mario Massieu reconheça o apoio que o PRI tem dado à Procuradoria Geral da República.
As acusações do subprocurador surgem a 15 dias da posse do presidente eleito do México, Ernesto Zedillo. Zedillo, do PRI, sustituiu no meio da campanha a Luis Donaldo Colosio, assassinado durante um comício.
A morte do candidato também nunca foi explicada e com ela começaram especulações de que havia violenta luta de facções pró e contra reformas no partido que esá no poder há mais de 60 anos.

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