São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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PSDB vai buscar adesão do PMDB

DANIEL BRAMATTI LUCIO VAZ

DANIEL BRAMATTI LUCIO VAZ; SILVIA QUEVEDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB e o PFL divergiram ontem ao avaliar o resultado do segundo turno. Os tucanos sentem-se fortalecidos com a eleição de governadores de Estados importantes e anunciam que vão buscar a adesão do PMDB.
O PFL, que até às 17h de ontem tinha garantido apenas a eleição do governador Paulo Souto (BA), confia no cacife da sua bancada no Congresso. No Maranhão, Roseana Sarney já cantava vitória mas a apuração apresentava um quadro de indefinição.
No Congresso, o líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), minimizou o desempenho do partido no segundo turno: "Governador só dá problema. Deputado é que vota", disse.
Quase ao mesmo tempo, mas à porta do Palácio do Alvorada, o presidente nacional dos tucanos, Pimenta da Veiga, afirmava que o partido quer aprofundar negociações com o PMDB e que o "crescimento do PSDB será decisivo para garantir a governabilidade".
A provável adesão do PMDB ao governo de Fernando Henrique Cardoso preocupa e incomoda ao PFL, atualmente o partido governista de maior bancada.
O PFL está tranquilo quanto ao espaço que terá no governo FHC. "O interessante de tratar com pessoas inteligentes é que elas vêem o óbvio", afirmou Magalhães.
O partido considera que a bancada de 86 deputados e 19 senadores será considerada por FHC no momento da formação do governo. Mas não pretende pressionar por cargos.
A discussão de detalhes da reforma administrativa também não interessa ao PFL, garante o líder na Câmara.
Ele lembra que o simples debate sobre a extinção de órgãos como a Sudene foi considerado prejudicial ao partido no segundo turno.
Após encontro com FHC, Pimenta da Veiga adiantou que terá encontro na próxima semana com o presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC).
Luiz Henrique disse em Florianópolis (SC) que o desempenho nas urnas é o grande trunfo do partido para negociar a participação no governo FHC.
"Fizemos as maiores bancadas na Câmara e no Senado, o maior número de deputados estaduais, nove governadores. Isso nos dá condição de principal partido político e nos coloca no centro das decisões nacionais", declarou.

Colaborou Silvia Quevedo, da Agência Folha.

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