São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Secretário defende promoção

DA SUCURSAL DO RIO

Secretário defende promoção
O governador Nilo Batista irritou-se diante da observação de que o comandante da ação na favela Nova Brasília – quando 13 supostos traficantes foram mortos –, Maurílio Moreira, 61, foi promovido.
"Ele está respondendo interinamente pelo DPGE. Individualmente, não há nada contra ele", disse.
O DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada) é órgão responsável pelo controle de todas as divisões e delegacias especiais do Rio.
Moreira passou a ser o terceiro homem na hierarquia da Polícia Civil, só respondendo ao secretário Mário Covas e ao subsecretário Frederico Henning. Covas se recusou a falar sobre a promoção.
O assessor da secretaria, Vanderlei Borges, elogiou o novo diretor. "Ele fez um excelente trabalho na 19ª DP (Tijuca, zona norte). Gerou inquérito em que 126 traficantes foram denunciados. Desarticulou a quadrilha do Bill do Borel."
Em 18 de outubro, Moreira liderou 120 policiais na invasão da Nova Brasília, no agrupamento de favelas conhecido por complexo do Alemão, nos bairros de Bonsucesso, Ramos, Olaria e Penha (zona norte).
No dia da matança, Moreira, que é diretor da DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes), admitiu que a ação era uma represália ao ataque da delegaçia de Bonsucesso (21ª DP) por supostos traficantes.
Os tiros disparados contra a DP feriram três policiais, um teve a perna amputada. Hoje, o governo desconfia que policiais simularam o ataque à DP.
O prestígio de Moreira –policial há 41 anos– se revela na escolha de seu sucessor na DRE, seu delegado substituto, Carlos Halfeld Neto, 52.
A primeira opção da Polícia Civil para a direção do DGPE era o delegado Jobert Peixoto, indicado pelo ex-diretor Luís Mariano, citado na suposta lista de propinas pagas pelo bicheiro Castor de Andrade. Peixoto recusou.

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