São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
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Exército começa bloqueio dos acessos ao Rio
FERNANDO RODRIGUES
A informação sobre essa fase da operação foi dada ontem pelo coronel Ivan Cardozo, porta-voz da operação de combate ao tráfico de drogas e ao contrabando de armas. No jargão militar, o Exército está buscando a "saturação" dos traficantes. Ao mesmo tempo, continua a chamada "ação psicológica", com tropas circulando nas ruas e estradas. "Isso não caracteriza nenhuma iminência de ação futura em uma área de favela", segundo Ivan Cardozo (leia texto nesta página). O Centro de Coordenação de Operações de Combate ao Crime Organizado, de onde o Exército comanda as ações no Rio, não quis precisar como será realizado o patrulhamento das vias de acesso. O controle "será total, mais intenso do que o atual e deve aumentar progessivamente", segundo explicou Cardozo. Os militares devem evitar parar carros de passeio em locais de grande tráfico, como a via Dutra (estrada que liga o Rio a São Paulo). "Isso poderia causar congestionamentos", disse o porta-voz. Mas o policiamento será intenso em caminhões. Essa ação não significa que o Exército estará presente em todos os locais. "As forças mais aptas farão o patrulhamento. Por exemplo, no caso de estradas, o controle ficará a cargo da Polícia Rodoviária Federal", disse Cardozo. O porta-voz do Exército reconhece, entretanto, que "para intensificar o patrulhamento é necessário um aumento de efetivo". Quando for necessário um aumento de efetivo, as forças envolvidas na operação serão deslocadas. Ontem, por exemplo, oito caminhões levaram fuzileiros navais para controlar o acesso de automóveis ao aeroporto internacional. Outras forças Como o controle das vias de acesso ao Rio vai exigir um grande número de agentes, todas as forças envolvias na operação foram solicitadas a ficar de prontidão. Participam, além das Forças Armadas, as polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil. O diretor da Polícia Técnica do Rio, Mauro Ricart, esteve ontem no Comando Militar do Leste e disse que seu pessoal estava, desde ontem, de "sobreaviso". "Também estamos fazendo um contato com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para que tenhamos ajuda nas questões jurídicas", disse o coronel Cardozo. O Exército quer se precaver contra qualquer possibilidade de crítica às operações de combate ao narcotráfico na cidade. O contato com a Polícia Técnica visa garantir que as provas de uma eventual operação recebam sempre, de forma imediata, o tratamento adequado para posterior processo judicial. No caso da OAB, a idéia é garantir pareceres jurídicos que demonstrem previamente a constitucionalidade de alguma ação. Texto Anterior: Secretário defende promoção Próximo Texto: Ação em morros fica sem prazo Índice |
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