São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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FHC ampliará privatização para compensar o IPMF

INÁCIO MUZZI ; GABRIELA WOLTHERS
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

GABRIELA WOLTHERS
O presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, decidiu compensar a queda de receita prevista com a extinção do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) apostando tudo na aceleração do programa de privatização em 1995.
O temor de um desgaste político fez FHC sepultar as duas alternativas estudadas pela equipe econômica: a criação de um empréstimo compulsório, que incidiria exatamente sobre as mesmas movimentações financeiras que hoje são tributadas pelo IPMF, ou a prorrogação pura e simples do imposto.
Devido ao princípio da anualidade, as duas propostas dependeriam de aprovação no Congresso ainda este ano para terem eficácia em 95. Houve o temor de uma derrota política antes da posse.
O Orçamento de 95 embute um déficit potencial de R$ 12 bilhões, excluídas as receitas da ordem de R$ 4,6 bilhões provenientes de privatizações. Para reduzir esse déficit, FHC terá que ampliar o programa de privatização.
O presidente eleito quer iniciar a privatização pelas companhias elétricas e pelo Banco Meridional. A venda da Vale do Rio Doce, maior empresa de mineração do país, deve mesmo ocorrer, mas ainda não foi decidido se ela pode ser privatizada já em 95.
FHC terá que contar com o auxílio do presidente Itamar. Devido à demora da burocracia, é necessário que Itamar baixe os editais de privatização ainda este ano para que o dinheiro das vendas de estatais entre no caixa do Tesouro já no primeiro semestre de 95.
Empresários
FHC recebeu ontem à noite em sua casa oito empresários acompanhados do ministro da Fazenda e parte da equipe econômica.
Segundo a assessoria de Ciro Gomes, estavam Paulo Cunha (grupo Ultra), Carlos Rocca (Mappin), Jacques Rabinovich (Vicunha/CSN) e Roberto Civita (Abril). O objetivo, segundo a assessoria, foi continuar a conversa iniciada no Ministério da Fazenda "sobre o Plano Real".

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