São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Apuração no Rio atrasa e TRE culpa juízes

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O atraso está sendo mais uma vez a marca das apurações dos votos no Rio. Às 16h49 de ontem só haviam sido apurados 2,91% dos votos para deputados e pouco mais de 5% para governadores.
O presidente da Comissão de Apuração, Genarino Carvalho, disse que se o ritmo não mudasse o prazo para a apuração poderia chegar "a 13 dias como na eleição anterior" (na realidade, a apuração só foi fechada no 14º dia).
Genarino Carvalho, que também é vice-presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, estava furioso e culpava os juízes das zonas eleitorais pelo atraso: "O juiz é quem manda e ele só faz o que quer", disse.
Carvalho disse que a demora na apuração aumenta o risco de repetição de fraudes nas eleições do Estado. O Rio foi o único Estado que repetiu em 15 de novembro as eleições proporcionais (deputados), porque as de 3 de outubro foram anuladas devido as fraudes.
Às 14h, somente 22 das 117 zonas eleitorais do Estado haviam enviado algum tipo de dado sobre as eleições proporcionais para os computadores do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para as eleições majoritárias, o número aumentava para 27.
Apesar de o TSE haver fornecido mais 225 computadores para reforçar a apuração, o trabalho se desenrolava ontem com lentidão muito próxima das registrada no primeiro turno, quando o Rio bateu recorde de demora.
Até mesmo a 1ª zona Eleitoral (centro), onde foi apurado o primeiro voto do Estado às 18h de anteontem, não havia enviado nenhuma totalização aos computadores ontem às 14h.
No mesmo caso estavam as zonas que receberam maior atenção do TSE para o segundo turno, como a 13ª, a 24ª, a 25ª e a 82ª.
Às 15h30, Genarino Carvalho determinou a transmissão de uma mensagem a todos os juízes, cobrando os motivos da demora.
Após as 16h começaram a chegar respostas. Muitos juízes alegavam estar juntando material para fazer a transmissão. Outros alegavam estar fazendo a cópia antes de transmitir o material.
Mesmo com os esforços de Carvalho, o primeiro boletim oficial das eleições proporcionais, impresso às 16h10, representava apenas 2,1% dos votos do Estado.
Apesar da lentidão da apuração, a contagem dos votos transcorreu ontem em clima de normalidade.

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