São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Público prefere artista eslovaco a consagrados

DA REPORTAGEM LOCAL

Matej Kren, artista eslovaco que nunca expôs no Brasil, é o preferido dos visitantes da 22ª Bienal.
A revelação aparece em pesquisa Datafolha feita com 400 visitantes da Bienal entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro.
Kren, preferido por 14% dos entrevistados, supera artistas que já fazem parte da história da arte, como o ucraniano Malévitch (8%) e o mexicano Rivera (4%).
A obra de Kren, uma coluna de livros atravessada por uma fenda, é considerada a segunda mais curiosa, atrás da fonte de chocolate da inglesa Helen Chadwick. É por curiosidade, aliás, que 83% dizem ter ido à exposição.
A 22ª Bienal é considerada ótima ou boa por 85% dos entrevistados, 10% a qualificam de regular e 3%, de ruim ou péssima. A orientação visual para se localizar os países é o ponto mais criticado –20% dos entrevistados a consideram ruim ou péssima.
A principal qualidade da Bienal é o intercâmbio cultural, segundo 40% do público. Logo em seguida aparece a boa qualidade ou a diversidade das obras (33%).
Os principais problemas são a falta de informação (24%), a distribuição confusa do espaço (19%) e infra-estrutura (15%).
A maior parte do público (75%) tem curso superior, renda familiar acima de 20 salários mínimos e mora no Estado de São Paulo. A idade média é de 29,4 anos.
É através de jornal que a maioria dos visitantes se informa sobre a Bienal (68%). A Folha lidera com 44% das citações. "O Estado de S. Paulo" aparece com 13%.
Abaixo dos jornais vêm televisão (34%) e revistas (16%).
O grau de informação auto-atribuído sobre artes plásticas é alto: 48% dizem ser mais ou menos informados, 14% se consideram bem informados e 38% afirmam ser mal informados.
Pouco menos da metade do público (43%) só foi a uma Bienal. No outro extremo, 11% dizem ter visitado mais de cinco bienais.
Quase um terço dos entrevistados (32%) diz ter comprado obras de arte nos últimos 12 meses.
Curioso, ou revelador sobre o estado dos museus, é que a média de frequência a teatros nos últimos três meses (2,2 vezes) seja maior que a de visitas a museus (1,8).
É cinema, no entanto, o tipo de evento mais frequentado. 46% dizem ter ido ao cinema mais de cinco vezes nos últimos três meses.
A pesquisa foi realizada nos dias 28, 29, 30 de outubro e 1º de novembro junto a 400 visitantes da Bienal, abordados aleatoriamente na saída do evento. Este tamanho de amostra garante uma margem de erro de cinco pontos percentuais.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino, Emília de Franco e a estatística Renata Nunes César. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva. A coordenação desta pesquisa foi de Wilson Aghanatios Chammas.

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