São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Molder parte do surrealismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Formado em filosofia, o fotógrafo português Jorge Molder, 47, discute essencialmente o limite do racionalismo. Herdeiro da fotografia surrealista, fabrica imagens que estão a meio caminho entre realidade e sonho.
Por esse motivo, alguns temas são recorrentes em suas fotos. Uma de suas principais séries, de 1991, reúne imagens inspiradas na narrativa de Joseph Conrad, "O Agente Secreto". Nelas, o próprio fotógrafo faz o papel do detetive, que, como ele, com sua parafernália eletromecânica precisa desvendar mistérios.
Mistérios também existem para os sujeitos de outras séries de Molder, como "Insônia" (1992), estado em que a razão não consegue dar lugar ao sonho.
Para a Bienal, Molder traz, além de "Insônia", a série "O Sentido do Prestidigitador" (1993-94). Aqui o tema é mais uma vez a consciência que vacila: na prestidigitação, o exercício da razão, por parte de quem observa, é sempre insuficiente. Segundo a equação de Molder, na fotografia também.
Outra série presente na Bienal –feita especialmente para ela neste ano– é "O Passado". A série também mostra que, para Molder, a fotografia é registro da realidade, parte sempre dela, mas é um registro que depende do acaso e, portanto, nunca é inteiramente fiel a ela.
No total, estão em exposição na Bienal 36 fotografias de Molder.

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