São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Expectativa de inflação menor faz juro cair

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os juros despencaram ontem com a expectativa otimista para a inflação de dezembro.
As taxas de juros equivalentes dos CDBs diminuíram 2,31 pontos percentuais em relação à média da última segunda-feira.
No mercado futuro, a previsão de taxa de juro acumulada para dezembro caiu de 4,60% na segunda-feira para 4,31% ontem.
O governo colocou ontem Notas do Tesouro Nacional (NTN) indexadas pela variação da Taxa Referencial com prazo de 273 dias. Os papéis saíram com taxa de juro de 14,65% ao ano mais a variação da TR. Há quem acredite que os bancos adquiriram os papéis para servir como lastro para a captação das cadernetas de poupança caso haja a extinção da Taxa Referencial.
As Bolsas voltaram em ritmo acelerado após o feriado. A Bolsa de Mercadorias & Futuros bateu recorde de volume total (US$ 17,6 bilhões). O recorde anterior foi em US$ 15,6 bilhões no dia 19 de outubro passado. O volume recorde é explicado pelo vencimento ontem do mercado de opções de café.
A proximidade do vencimento de opções de ouro –que ocorrerá amanhã– também colaborou para aumentar o volume de negócios. O giro com ouro passou de 818 quilos na segunda-feira para 6,03 toneladas ontem.
O mercado acionário operou ontem em alta. Os resultados eleitorais para os governos estaduais foram considerados uma vitória do presidente eleito Fernando Henrique Cardoso.
O índice da Bolsa paulista fechou em alta de 0,82%, sendo que o indicador Senn (do Rio) ficou estável.
O volume de negócios da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi de R$ 136,38 milhões. Operações de "box" (financiamento tendo ações como lastro) garantiram sozinhas um giro de R$ 89,2 milhões. Essas operações têm sido usadas por bancos também para contornar o compulsório de 15% sobre as operações de crédito.
No mercado cambial, o dólar comercial voltou a cair. Houve entrada de recursos externos. O Banco Central segurou a baixa através de leilões informais de compra.

JUROS Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,142% no último dia 11. A taxa média do over foi de 5,97% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 6,09% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,3143% no dia 17. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 42% e 71% ao ano. Os papéis pós-fixados de 120 dias pagaram taxas entre 17% e 18% ao ano mais a TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,63% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas brutas variaram entre 83% e 90% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 49.895 pontos, com alta de 0,82% e volume financeiro de R$ 240 milhões. Rio: estável (I-Senn), fechando com 21.870 pontos e volume financeiro de R$ 136.38 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.418,60 pontos, contra 2.407,80 pontos no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.306,66 pontos, contra 19.391,68 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,831 (compra) e R$ 0,833 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado na última segunda-feira a R$ 0,836 (compra) e por R$ 0,838 (venda). "Black": R$ 0,830 (compra) e R$ 0,840 (venda). "Black" cabo: R$ 0,832 (compra) e R$ 0,837 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,815 (compra) e R$ 0,845 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,19%, fechando a R$ 10,285 o grama na BM&F, movimentando 6,03 toneladas.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5715. Em Frankfurt, foi feriado. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,62 ienes.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 386,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para novembro foi de 4,15% ao mês e de 4,31% ao mês para dezembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,846 para novembro e de R$ 0,870 para dezembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro passou de 52.100 pontos.

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