São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
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As prioridades de Maluf Erramos: 18/11/94 Neste editorial, faltou a palavra "milhões" na frase " ... Maluf já comprometeu astronômicos R$ 21,8 milhões com o mesmo fim (publicidade oficial)". As prioridades de Maluf Como se a cidade de São Paulo não tivesse incontáveis problemas por resolver; como se o transporte municipal não tivesse ficado pior e mais caro para o usuário;, como se os postos de saúde e escolas municipais funcionassem às mil maravilhas, o prefeito paulistano decidiu gastar este ano um montante recorde dos recursos dos contribuintes com propaganda oficial. As despesas de Paulo Maluf com publicidade em 94 superam de longe mesmo aquelas da sua antecessora, Luiza Erundina, frequentemente criticada pelas elevadas somas que dedicava à rubrica. No seu ano mais pródigo em publicidade (91), a gestão petista gastou R$ 8,4 milhões. Só de janeiro a outubro, Maluf já comprometeu astronômicos R$ 21,8 com o mesmo fim. O acinte aos cidadãos paulistanos é flagrante. Com exceção de editais obrigatórios e de campanhas educativas, não há o que justifique que autoridades desperdicem dinheiro do cidadão para alardear realizações que não passam da sua obrigação. Ainda mais num momento em que a estabilização cobra de todo o país um esforço adicional de austeridade. Mas isso não sensibilizou o prefeito, que estourou a previsão orçamentária para propaganda em incríveis 110%. Mais incrível ainda, Maluf dedicou à publicidade este ano mais que o Estado de São Paulo e a União (excluídas as estatais) gastaram no ano passado –sendo que ambos já haviam gasto demais. E o acinte transforma-se em escárnio quando se recorda que Maluf fez com os gastos sociais o contrário do que fez com gastos de autopromoção. O prefeito reduziu a parcela das receitas correntes dedicada a áreas sociais, que era de 56,8% em 92, para 49,4% em 93 e deve baixá-la este ano para 40%. Cortes sensíveis nos gastos sociais, aumento das despesas com publicidade. As prioridades de Maluf não poderiam ser mais claras. Texto Anterior: A imprensa e o Exército Próximo Texto: Ser rico é ser justo Índice |
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