São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994
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Dirigível vem ao Brasil e faz passeios no Rio

CARLOS KAUFFMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Chega ao país no final do ano o primeiro dirigível da América Latina, após 57 anos do último pouso do alemão Hindenburg em solo brasileiro.
Inicialmente, ele fará sobrevôos turísticos no Rio de Janeiro, levando quatro turistas por vez. Devido à "guerra" nos morros cariocas, por precaução a cabine terá um fundo à prova de balas.
A uma altura de cerca de 300 metros, o dirigível fará o percurso Barra da Tijuca-Pão de Açúcar numa média de 45 minutos. O preço do passeio não foi divulgado.
O modelo, fabricado nos EUA, tem 39 metros de comprimento, dez metros de diâmetro e velocidade média de 90 km/h. No mundo, há nove dirigíveis como o que virá ao Brasil, de um total de 25.
O dirigível, que utiliza para flutuar o hélio –um gás não-inflamável–, é recoberto por um material translúcido que permite ser iluminado à noite.
Como será impossível ignorar esse outdoor gigante, um dos usos previstos para o dirigível é o de levar publicidade em seu bojo.
Segundo o empresário Paul Gaiser, 39, responsável pela vinda do dirigível, há planos de trazê-lo para São Paulo, "em janeiro ou fevereiro de 95", e Porto Alegre.
Gaiser, bicampeão de asa-delta e o primeiro a ter um ultraleve no país, irá pessoalmente buscar o dirigível nos Estados Unidos, tendo o navegador Amyr Klink como tripulante no vôo inaugural.
Após um vôo-teste, do Estado de Oregon (EUA) a Montreal (Canadá), eles percorrerão em 15 dias toda a Costa Leste norte-americana, o Caribe e o norte da América do Sul até chegar ao Rio.
A viagem –ou "expedição", como prefere Gaiser– será documentada em fotos e vídeo e prevê dez paradas. Para tanto, um avião de apoio fincará previamente no solo postes que "ancorarão" o dirigível nas escalas.
Gaiser diz que outros fins previstos para o dirigível incluem tomadas aéreas para TVs, sobrevôos para pesquisa ambiental e o ensino de pilotagem do enorme veículo.
Na época, os dirigíveis utilizavam o hidrogênio para subir. Como era altamente inflamável, uma norma proibia os passageiros de fumar a bordo.
A base aérea de Santa Cruz, no Rio, mantém até hoje o hangar original dos dirigíveis alemães.

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