São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 1994 |
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Capital chilena é mais do que mera escala
MURILO GABRIELLI Porta de entrada para quem vai à Patagônia ou ao deserto de Atacama, cidade justifica visita demoradaPorta de entrada natural para o Chile, Santiago é normalmente encarada como uma mera escala. A capital, porém, tem atrativos suficientes para justificar uma estada um pouco mais demorada antes de se seguir viagem para outras atrações chilenas, como as pistas de esqui, Patagônia, ilha de Páscoa ou o deserto de Atacama. A cidade é limpa e arborizada, embora muito poluída. Normalmente pode-se caminhar pelas ruas sem ser desagradavelmente surpreendido por furtos ou assaltos. É prudente, porém, evitar as ruas do centro durante a noite. Os sinais do boom econômico que vive o país são onipresentes. A avenida que conduz ao distante aeroporto, até há poucos anos desabitada, está povoada por indústrias e locadoras de automóveis. O progresso mostra também ao longo desse trajeto sua face perversa: as outrora inexistentes favelas começam a brotar. Elas são fruto do aumento de concentração de renda e das taxas de desemprego que as reformas econômicas ocasionaram. Os edifícios com estilo arquitetônico do início do século formam a paisagem do centro e conferem à cidade um certo parentesco com Buenos Aires. Esses prédios perdem em prestígio –mas não em charme e beleza– para torres envidraçadas que pipocam por todos os lados. Entre elas, a mais célebre é a do hotel Hyatt, novo postal da cidade. Passeios Um "tour" por Santiago começa obrigatoriamente pelo centro histórico. O marco zero da cidade é a Plaza de Armas. Lá estão localizadas, junto a outras edificações públicas, a catedral e a prefeitura. A uma quadra dali, na calle Merced, fica o museu mais interessante da cidade, o de Arte Pré-Colombiana. Seu acervo é pequeno, mas conta com belas peças das civilizações centro-americana e andina. Caminhando-se um pouco mais chega-se à calle Moneda. É nela, na quadra entre as calles Teatinos e Morande, que está localizada o palácio de la Moneda, célebre sede do governo chileno. Também no centro ficam os "paseos" (calçadões) Huerfanos e Ahumada, repletos de lojas e restaurantes. As baixas alíquotas de imposto adotadas no Chile tornam baixos os preços de eletrônicos e bebidas. O "paseo" Huerfanos conduz ao morro de Santa Lúcia, em cujo topo fica a fortificação –erigida por Pedro de Valdivia, o fundador da cidade– que deu origem a Santiago do Chile. Tem-se de lá uma das mais belas vistas da cidade. Outro ponto ideal para a observação da capital –se a poluição do ar permitir– é o morro San Cristóbal, a cujos pés está localizado o notívago e movimentado bairro de Bellavista. O dia se completa com um passeio pelo parque florestal, que fica às margens do rio Mapocho. LEIA MAIS Sobre Santiago na pág. 6-24. Texto Anterior: Dirigível vem ao Brasil e faz passeios no Rio Próximo Texto: Evite as 'iscas' para turistas do comércio local Índice |
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