São Paulo, sábado, 19 de novembro de 1994
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PMDB apóia FHC e ainda 'entrega' Câmara

LUCIO VAZ; GUSTAVO KRIEGER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

GUSTAVO KRIEGER
O PMDB recuou e já admite desistir da disputa com o PFL pela presidência da Câmara dos Deputados.
A mudança de posição foi anunciada ontem, após o partido ter sido convidado oficialmente a participar do governo de Fernando Henrique Cardoso.
O presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), disse que "o PMDB pode ou não ter candidato. Isso vai depender da evolução dos acontecimentos no Congresso".
Antes de receber o convite para participar da base de apoio de FHC, feito ontem pelo presidente nacional do PSDB, Pimenta da Veiga, Luiz Henrique dizia que o PMDB não abria mão de disputar a presidência da Câmara.
O próprio dirigente peemdebista era o nome mais cotado para disputar o cargo por seu partido.
O deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), candidato do PFL à presidência da Câmara, começou a conversação com lideranças do PMDB do Rio Grande do Sul. A direção nacional peemedebista aprova o acordo.
Pelo acordo, o PFL ficaria com a presidência da Câmara, e o PMDB escolheria o presidente do Senado. O cargo poderia ser ocupado pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) ou pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS).
O PFL tem resistido à tentativa do PSDB de atrair o PMDB para o governo. O acordo envolvendo a entrega da presidência da Câmara para o partido pode diminuir esta resistência.
Pimenta e Luiz Henrique afirmam que não trataram da distribuição de cargos ontem, mas o assunto interessa às bancadas do PMDB na Câmara e no Senado.
Na terça-feira, Luiz Henrique terá encontro com FHC no Palácio da Alvorada. Na quarta, os nove governadores do PMDB se encontram em Brasília e começam a discutir a adesão ao governo.
Ao apresentar propostas do partido para as reformas fiscal, traibutária e administrativa, Luiz Henrique disse: "Defendemos a extinção de órgãos clientelistas".
Sem citar exemplos, disse que devem ser eliminados os órgãos que provocam constantes visitas de prefeitos a Brasília para reivindicar verbas.
"Os deputados são transformados em bedéis de luxo para abrir as portas dos ministérios para os prefeitos. Temos que fazer uma reforma da máquina do governo".
Pimentaa não deu certeza ontem se o bloco governista terá a participação do PP e do PL. "Agora, estamos concentrando esforços para definir com o PMDB. Depois, poderemos conversar com os outros partidos", disse.
A posição final do PMDB sobre o apoio ao governo será tomada no início de dezembro pelo Conselho Nacional. Antes disso, o partido realizará reuniões macro-regionais.

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