São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Ciro critica vantagens salariais na Petrobrás

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, criticou ontem, em São Paulo, as atuais vantagens salariais dos funcionários da Petrobrás.
"Sou radicalmente contra a liberalização do dinheiro público", disse em referência às concessões salariais da estatal.
Além de afirmar que os salários da estatal –média de R$ 1.900– estão acima do que ganha o trabalhador brasileiro, Ciro disse que se a população conhecesse o fundo de pensão da Petrobrás "não permitiria que ele existisse".
"Os petroleiros têm outras vantagens e isso não tem cabimento", afirmou. Para Ciro, os ganhos dos funcionários da estatal deveriam ser "só e tão somente" o que é concedido para os demais trabalhadores.
O ministro afirmou que, como é um homem de equipe, vai respeitar a decisão do governo sobre os petroleiros.
Acordo da categoria com o governo, que está sendo revisto, prevê o pagamento de dois salários adicionais, como reposição das perdas do Plano Bresser, e ganho de 38% na segunda parcela do 13º salário. Este ganho decorre da fórmula de conversão do adiantamento, pago em fevereiro, em URV.
Ciro afirmou que a greve é democrática, mas que cabe ao governo, como gerente, descontar o ponto, "botar para fora". "Vândalos a gente reprime, prende. Quem sabotar o patrimônio público a gente manda prender, como faz em todo o mundo."
Sobre a inflação, o ministro afirmou que o IPC-r já aponta o declínio da taxa na segunda quinzena de novembro. A alta do IPC-r, disse, é reflexo dos aumentos de preços em outubro, como da carne, feijão e do aluguel.
Segundo Ciro, a arroba da carne deverá recuar para R$ 26 em fevereiro de 1995, contra os R$ 41 de outubro.
Mercosul
O ministro da Fazenda disse que, na reunião de sexta-feira com o ministro Domingo Cavallo (Argentina), foram revistos 19 itens do acordo do Mercosul.
Ciro afirmou que, a partir de janeiro de 1995, as autopeças brasileiras serão aceitas na Argentina como se fossem produzidas naquele país. A Argentina exige nacionalização de 60% destes produtos.

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