São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994 |
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FHC propõe testes para avaliar escolas públicas
GABRIELA WOLTHERS
Esses testes podem ser respondidos por estudantes, cujo desempenho indicaria a qualidade de ensino na unidade escolar. FHC concluiu que o principal problema da educação não está na falta de salas de aula, mas de preparo da maioria dos professores. Segundo dados de 1993 do Ministério da Educação, o Brasil possui 194.443 escolas públicas de 1º grau, entre federais, estaduais e municipais. Assessores de FHC estudam a maneira de conseguir viabilizar essa avaliação. Segundo a assessoria do presidente eleito, a má qualidade de ensino é a principal causa da alta taxa de repetência, o que acaba superlotando escolas, desestimulando os alunos e gerando a evasão. FHC dispõe de dados indicando que a taxa de repetência dos alunos na primeira série do 1º grau chega hoje a 50%. Os assessores de FHC consideram ser essa a grande diferença entre as áreas de educação e de saúde. Nessa última, o problema principal é a falta de recursos, mas grande parte dos médicos ainda estaria apta a tratar dos pacientes. Na educação, segundo se avalia, décadas de desinteresse dos governos teriam provocado a evasão dos professores mais preparados. Uma das prioridades do próximo governo será desenvolver programas de atualização de professores, especialmente através do chamado "ensino à distância". "Ainda não há uma decisão, porque não escolhi o ministro da Educação", afirmoa FHC. "Mas acho que temos de encarar a utilização destas técnicas do ensino à distância com sistematicidade". O Ministério da Educação e algumas TVs educativas já o adotam. A proposta de FHC é integrar todo o país ao sistema. Para tanto, FHC não descarta uma "ligação maior" entre os ministérios da Educação e das Comunicações para viabilizar o projeto. Segundo estudos entregues a FHC, seria utilizado o sistema DBS (Direct Broadcasting Satelite), que pode ser traduzido por "transmissão direta por satélite". Em cada escola, seria instalada uma antena parabólica. Nos EUA, a unidade custa, em média, US$ 700. O governo desembolsaria cerca de US$ 136,11 milhões para instalar a tecnologia em todas 194.443 escolas. Os programas de treinamento dos professores e de ensino dos alunos seriam transmitidos através destas antenas. Texto Anterior: Guaritas noturnas Próximo Texto: Carta prevê colaboração Índice |
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