São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Reformas se arrastam desde Figueiredo

SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As reformas administrativas se arrastam, sem sucesso, desde o governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985). Os obstáculos foram a prática do fisiologismo e a resistência corporativista.
O único que não formulou nenhuma proposta foi o presidente Itamar Franco. Só ampliou de 13 para 27 o número de ministérios, incluindo as secretarias.
FHC anunciou que também pretende fazer uma reforma. O PFL chegou a pedir o enxugamento da máquina do Estado. Diante da reação negativa das bases do partido, especialmente do Nordete, a cúpula preferiu silenciar a respeito.
A equipe de transição, comandada pelo economista Paulo Renato Souza, estuda a extinção e fusão de órgãos públicos, mas o objetivo da reforma em estudo é a reformulação estrutural do Estado.
FHC afirmou em pronunciamento, na quinta-feira, que as reformas do seu governo são parte de um processo, que nada será feito de uma só tacada.
A reforma seria parte de um pacote maior, que inclui mudanças constitucionais, políticas e a redefinição do pacto federativo do país.
Reconhecidos aparelhos do clientelismo, os ministérios do Bem-estar Social e da Integração Regional são os que têm mais chance de desaparecer do organograma do futuro governo.
As funções desempenhadas por estes órgãos deverão ser distribuídas para outras pastas.
A complementação desta medida será a redistribuição de encargos para Estados e municípios.
Para isso, o Congresso tem de aprovar mudança na Constituição. O apoio de governadores será fundamental para a aprovação de tal medida.
O novo organograma da administração pública deverá contar com uma supersecretaria de Planejamento vinculada à Presidência da República.
Desta forma, um núcleo próximo ao presidente formulará e coordenará a política do governo. FHC pretende, assim, acabar com a fragmentação que marcou os governos desde o final do regime militar.

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