São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Eleito quer obter financiamentos

DA SUCURSAL DO RIO

O governador eleito Marcello Alencar tem planejados investimentos de US$ 2,414 bilhões (cerca de R$ 2,9 bilhões). Para cada centavo a ser gasto, imagina que encontrará financiamento no BNDES, Banco Mundial, governo federal ou iniciativa privada, sem prever recursos próprios do Estado.
O principal projeto de Alencar para recuperar a economia do Rio é a ampliação do porto de Sepetiba, em Itaguaí, município vizinho à capital.
O investimento para as obras de ampliação seria de US$ 200 milhões, em três anos, em sua maior parte bancado pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), conforme os planos do PSDB.
Em torno do porto, estão previstos a segunda unidade da Companhia Siderúrgica Nacional, um pólo petroquímico, uma montadora, uma Zona de Processamento de Exportação (a ZPE de Itaguaí, já autorizada) e um centro de agroindústria.
Alencar espera a liberação de créditos em torno de US$ 800 milhões por parte do BNDES e do Banco Mundial para financiar o complexo industrial em torno do porto. A iniciativa privada entraria com US$ 500 milhões.
"Sepetiba é a melhor alternativa para exportar minérios e grãos do Mato Grosso do Sul e do oeste de São Paulo. Os portos de Santos e São Sebastião estão saturados e caros", disse Paulo César Bastos, coordenador do programa de governo de Alencar.
Um dos investimentos federais no Rio que poderiam beneficiar São Paulo, segundo Bastos, é o financiamento da indústria naval, calculado em US$ 400 milhões.
"Os estaleiros estão aqui, mas as indústrias de peças para os navios ficam em São Paulo", disse Bastos.
Alencar ainda quer do governo Fernando Henrique e do Banco Mundial US$ 272 milhões previstos para a recuperação dos trens da região metropolitana, o que aumentaria o transporte de 400 mil para 1,2 milhão de passageiros/dia.
A lista de reivindicações inclui US$ 142 milhões para a ampliação do metrô, US$ 50 milhões para reequipar a polícia e construir penitenciárias e outros US$ 50 milhões para a construção de três hospitais na Baixada Fluminense.
Quando foi prefeito do Rio (de 89 a 92), Alencar marcou seu governo por realização de obras polêmicas como uma ciclovia pela orla que reduziu o número de vagas para estacionamento nas praias.
Sua administração foi beneficiada pela canalização de recursos do governo Collor para reformas na cidade com vistas a Eco-92.

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