São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Eleita venceu disputa na própria família

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL

Antes de vencer a eleição e se transformar na primeira governadora do país, Roseana Sarney, 41, teve que vencer uma disputa dentro da sua própria família.
O ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) chegou a pensar, nos últimos anos, em lançar outro representante do clã, o deputado José Sarney Filho (PFL-MA).
Ao se destacar mais no Congresso que o irmão, Roseana conquistou a vaga e ganhou a missão de enfrentar o ex-sarneyzista Epitácio Cafeteira (PPR).
Sarney Filho, 37, na avaliação do pai, pode disputar a Prefeitura de São Luís, em 1996.
O outro irmão de Roseana, Fernando, 38, prefere a atuação de bastidores na política. Foi assim que ajudou a irmã na campanha.
Fernando será um dos homens fortes do governo, com o direito de ocupar qualquer cargo ou indicar pessoas para postos importantes da administração.
Nas palavras de dona Kiola Sarney, 82, avó de Roseana, a escolha da neta para concorrer ao governo tem uma explicação bem simples: "Ela sempre foi a queridinha do pai".
O ex-presidente sempre se preocupou em ter a filha mais próxima possível dele, com o objetivo de encaminhá-la na política como herdeira número um.
Quando estava no Palácio do Planalto, Sarney nomeou a filha como assessora do Gabinete Civil.
Nessa época, o ex-presidente convivia também Planalto com o marido de Roseana, Jorge Murad, seu secretário particular.
Trabalho
"Viciada em política", Roseana é do tipo "workaholic". Suas jornadas de trabalho, mesmo fora das campanhas eleitorais, nunca têm menos de 12 horas.
Seu primeiro contato com a política partidária ocorreu ainda quando estudava Ciências Políticas e Socias na UnB (Universidade de Brasília), em 1978.
Roseana fez, na época, um trabalho de escola que ela considera marcante para o seu futuro: traçou o perfil do Congresso.
Em 1984, quando o seu pai era vice de Tancredo Neves, repetiu o trabalho, a pedido de Sarney.
Em companhia de Paloma Amado, filha do escritor Jorge Amado, Roseana fez biografias detalhadas de todos os políticos que decidiriam, no Colégio Eleitoral, a disputa entre Tancredo e Maluf.
A governadora diz que não gosta de badalações, tipo vida noturna agitada. Prefere o descanso numa praia, quando "arranha", no violão, músicas de Roberto Carlos.

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