São Paulo, domingo, 20 de novembro de 1994
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Presidente articula aliança com conservadores

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente Carlos Menem se empenha em buscar votos que lhe garantam uma vitória ainda no primeiro turno das eleições presidenciais de 14 de maio de 1995. Alianças com partidos provinciais conservadores estão em negociação pela cúpula do governo.
A assessoria de Menem não afasta a possibilidade de um acordo político com Aldo Rico, do Modin (Movimento pela Dignidade e Independência). O ex-coronel Rico foi líder dos "carapintadas" na rebelião militar da Semana Santa de 1987 contra o governo de Raúl Alfonsín.
O secretário-geral da Presidência, Eduardo Bauzá, o ministro do Interior, Carlos Ruckauf, e o secretário-geral do Partido Justicialista, Alberto Kohan, negociam com os governadores conservadores das Províncias de Corrientes, Neuquén, Tierra del Fuego, Chaco e Salta.
Menem precisa de 40% dos votos nas eleições de maio para evitar um segundo turno.
Além de articular alianças políticas, o presidente Menem também se esforça para passar uma imagem familiar aos argentinos; o divórcio de Zulema Yoma ainda está em tramitação judicial.
Há quinze dias ele nomeou o filho, Carlos Menem Júnior, como seu secretário particular. Menem Júnior participa de solenidades oficiais na Casa Rosada ao lado do pai e não dá entrevistas à imprensa, seguindo orientação da Secretaria de Meios e Comunicação.
A filha Zulema Menem, "Zulemita", transformou-se numa primeira-dama informal, participando de eventos organizados pela Secretaria de Desenvolvimento Social e acompanhando o pai nas viagens ao exterior.
Zulema Yoma já mandou recado para o presidente Menem de que não deseja que os filhos sejam usados na campanha eleitoral.
O aumento da pobreza e do desemprego- são mais de 1,5 milhão de desempregados- constituem as maiores preocupações de Menem na campanha eleitoral. A Igreja Católica lançou documento reclamando da falta de ações do governo para diminuir a pobreza e pede aumento da oferta de empregos.
Apesar desses problemas, hoje Menem venceria as eleiçoes no primeiro turno, de acordo com os principais institutos de pesquisa de opinião argentinos.
O fim da inflação, depois de taxas de quase 200% ao mês, e a crise enfrentada pela oposição, especialmente a Frente Grande e a União Cívica Radical, são aliados de Menem.
(SM)

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