São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Sintonizando a TV pelas ondas do rádio

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Para o torcedor insaciável, a segunda-feira surge como a grande oportunidade, agora de cabeça fria, para rever mais uma vez os gols e lances do fim-de-semana futebolístico.
No entanto, mais um pouco à noite, lá pelas 21h, 21h30, com o programa "7 no Pique", comandado por Wanderley Nogueira, o melhor companheiro para o ávido torcedor apaixonado.
É verdade que há vários bons programas esportivos. O "Apito Final", o "Cartão Verde" e a "Mesa Redonda", cada um a sua maneira, entretem e informam torcedores e aficionados.
Quanto ao "7 no Pique", sua fórmula, ao mesmo tempo que agrada, surpreende pelo alto grau de descontração, muito em parte devido ao simpático Wanderley Nogueira.
Talvez pelo fato de ser um autêntico repórter de campo e, por isso, conhecer de perto jogadores e técnicos, e por trabalhar essencialmente com a linguagem radiofônica, esse apresentador consegue que convidados se sintam mais à vontade do que em outros programas.
A informalidade, o aspecto "caseiro" do programa, enfim, o modo como é conduzido fazem com que verdadeiramente conheçamos certas figuras.
Como transita com muita facilidade em sua área, as colocações são feitas de maneira cordial, porém secas e diretas, a ponto de Telê Santana, recentemente, ser chamado de ranzinza e pão-duro diante das câmeras sem que isso fosse feito de forma ofensiva.
E, se não bastasse, o seu companheiro de mesa é nada mais nada menos que o legendário Dalmo Pessoa, figura clássica de mesas esportivas e microfones de rádio. E se é que o Dalmo Pessoa tem alguns não simpatizantes, nós não estamos inclusos, muito pelo contrário. Na maioria das vezes suas colocações são pertinentes, e merecem nosso endosso.
Mesmo sem contar com muitas imagens e permitindo o contato de torcedores com jogadores através de uma linha de fax, este programa parece ter uma fórmula simples porém certeira.
O rádio, eterno companheiro do torcedor, parece ter emprestado um pouco de sua rica linguagem para a televisão sob o comando do implacável Wanderley Nogueira.
Talvez o maior problema que vai encontrar o amigo torcedor é no que diz respeito à democratização do aparelho de TV. É sem dúvida uma luta insana, após passar o domingo à tarde no rádio, ou mesmo no estádio, e ficar à noite na TV caçando gols, tentar convencer a sua esposa que na segunda-feira à noite esse programa é imperdível. Mas pode ter certeza que é.
Palavra de fanáticos.
Quem foi o gênio que inventou o formato e as regras do Campeonato Brasileiro de 94?
Resposta: "Foi um ser bizarro, resultado do cruzamento do Enéas com o demônio da Tasmânia, e ex-aluno dos professores Ricardo Teixeira, Eurico Miranda, Zagalo e Eduardo (Caixa D'água) Viana na Universidade de Canapi."
(Kayo Julio Cesar Pereira, de Cáceres, MT)
Cartas devem ser enviadas à Folha, Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, Campos Elíseos, CEP 01290-900, São Paulo, SP. Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos da banda Titãs

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