São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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Exército volta a subir Andaraí

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Soldados do Exército fizeram ontem mais uma incursão no morro do Andaraí (zona norte do Rio).
Um caminhão e um jipe, com cerca de 20 soldados, subiram um pequeno trecho do morro. A incursão durou apenas 15 minutos.
A chegada dos soldados deixou o clima tenso. A Folha apurou que os principais traficantes da região, Carijó e Cabarra, estavam na favela na hora da incursão.
Os moradores ficaram apreensivos. O receio era de que eles fossem descobertos pelos soldados.
Os soldados foram um pouco além do ponto onde montaram barreiras na sexta, dia do primeiro cerco ao Andaraí. Eles ultrapassaram uma barreira montada pelos traficantes no final da rua Sá Viana, um dos acessos ao morro.
Segundo moradores, os dois carros do Exército chegaram à entrada do Andaraí às 13h30. Pararam logo depois da barreira. Os soldados desceram, mas não chegaram a entrar na favela.
No morro do Salgueiro (zona norte), traficantes montaram várias barreiras no acesso principal, no alto da rua General Roca.
A Folha não conseguiu subir o Salgueiro. Na primeira barreira, um grupo de olheiros avisou que seria melhor não ir ao alto do morro. Em frente ao ponto onde estavam os olheiros há um muro com vários buracos, usado como trincheira pelos traficantes.
O Comando Militar do Leste informou ontem que fez novas incursões nos morros do Borel e Turano (Tijuca, zona norte do Rio), Pavão e Pavãozinho (Ipanema, zona sul), Dona Marta (Botafogo, zona sul) e Chapéu Mangueira (Leme, zona sul).
Pela manhã, a Folha esteve nos morros do Pavão, Pavãozinho e Dona Marta. Não havia soldados ou policiais militares. Também não havia venda aparente de drogas.

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