São Paulo, terça-feira, 22 de novembro de 1994
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ACM cobra e Tasso promete punir baianos

DA REPORTAGEM LOCAL E DA

Senador eleito do PFL pede que tucanos punam seus adversários na Bahia, Waldir Pires e Jutahy Magalhães Jr.
Sucursal de Brasília
O governador eleito do Ceará, Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB e uma das principais lideranças do partido, disse ontem que "não vai passar em branco"a dissidência de lideranças tucanas que não apoiaram a candidatura de FHC à Presidência da República.
Estão nessa situação os deputados Waldir Pires e Jutahy Magalhães Júnior, ambos tucanos da Bahia e os maiores adversários do senador eleito por aquele Estado Antônio Carlos Magalhães (PFL).
Waldir e Jutahy apoiaram a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva. ACM tinha cobrado de manhã alguma forma de punição.
"Ratos"
Na opinião de ACM, os dissidentes não devem participar do futuro governo de FHC: "Não compreendo os que eram do partido de FHC, ficaram contra ele e agora querem entrar para o seu governo", afirmou ACM, que defendeu o acordo com o PMDB e o PPR.
Ao ser perguntado se o futuro governo não se tornará um "saco de gatos", ACM respondeu: "Gatos não tem problema. Não podemos aceitar os ratos".
ACM disse ainda ser contra a extinção da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e do Banco do Nordeste.
Sobre a participação do PFL no governo, ACM afirmou que FHC é o "juiz". A escolha dos nomes, segundo ele, deve ser feita entre os mais capazes. "Como o PFL só tem gente boa, é óbvio que vamos participar do governo", afirmou.
As declarações do ex-governador foram dadas na portaria do Palácio do Planalto depois que ele se encontrou-se o presidente Itamar Franco. ACM e o ministro da Fazenda, Ciro Gomes, almoçaram ontem na sede da TV Globo, em Brasília, a convite da emissora.
À noite, ACM jantou com FHC na casa do presidente eleito.
PMDB
O presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), reconheceu ontem que a tendência majoritária do partido é pela participação na base de apoio ao governo de FHC.
Luiz Henrique será recebido às 10h30 de hoje pelo presidente eleito, na sua residência no Lago Sul de Brasília. Logo após, ele vai relatar o encontro à Executiva Nacional do PMDB.
Perguntado ontem se o partido tende a participar do governo FHC, Luiz Henrique afirmou: "Há, inegavelmente, tendência de respaldá-lo."
O presidente do PMDB lembrou que o partido tomará uma decisão oficial sobre a participação no governo no início de dezembro.
Luiz Henrique afirmou que o PMDB "deseja ardentemente" as reformas tributária e fiscal, a reforma do Estado e a descentralização administrativa.
Ministério
Tasso disse ontem que acha "natural" que o próximo ministro da Fazenda "seja um paulista". A declaração foi dada logo depois de almoçar com FHC no hotel Caesar Park, no centro de São Paulo.
Clóvis Carvalho, atual secretário-executivo da Fazenda, e o senador eleito José Serra, presente ao encontro, são os dois paulistas mais cotados para o cargo.

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