São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
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Estatal perde US$ 40 milhões

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, disse ontem, que aceita discutir a estabilidade dos petroleiros mas considera fora de questão a antecipação relativa ao Plano Bresser e a continuação dos inquéritos para demitir grevistas de setembro/outubro.
Rennó disse que a greve representou para a Petrobrás um prejuízo diário de aproximadamente US$ 10 milhões em quatro dias, ou US$ 40 milhões no total.
Rennó afirmou que irá descontar os dias parados da greve encerrada ontem já no próximo pagamento. As negociações entre Petrobrás e petroleiros devem recomeçar na próxima terça-feira.
Segundo a direção da Petrobrás, ainda ontem a produção retornou a 70% do normal e a partir de 6h de hoje retomará a plena capacidade, em torno de 720 mil barris/dia. O refino de petróleo (cerca de 1,4 milhão de barris/dia) deverá ser normalizado ao longo da semana.
Ontem chegou a faltar gás de cozinha nos bairros cariocas da Barra da Tijuca (zona sul) e Jacarepaguá (zona oeste), abastecidos com gás natural canalizado.
Rennó fez críticas veladas à intervenção dos ministros do Trabalho, Marcelo Pimentel, e das Minas e Energia, Delcídio Gomez, nas negociações com petroleiros.
Sem se referir aos ministros, ele afirmou que "quando a Petrobrás recebeu instrução para negociar, negociou".
A volta da Petrobrás às negociações foi determinada pelo presidente Itamar Franco.
Vicentinho
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, chegou à Petrobrás às 16h20, quando o acordo já estava negociado.
Segundo Geraldo Pinto, diretor da FUP, a reunião de Vicentinho com Rennó foi decisiva para que a empresa voltasse a negociar.
Vicentinho disse que é necessário resgatar a "credibilidade" entre as partes que negociam acordos coletivos, para evitar o desgaste das idas e vindas do acordo dos petroleiros.

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