São Paulo, sábado, 26 de novembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradoria denuncia revendas por ágio

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Procuradoria Geral da República no Estado de São Paulo pediu ontem à Justiça a abertura de processo criminal para apurar o suposto envolvimento de três revendedoras de automóveis e oito empresários em um esquema de cobrança de ágio no comércio "populares".
Eles são acusados de formação de quadrilha e de praticar crimes contra as relações de consumo e a ordem tributária (sonegação de impostos). A pena prevista varia de quatro a 12 anos de prisão, de acordo com o artigo 288 do Código Penal e Lei 8.137/90.
A denúncia se baseia em provas que a Receita diz ter colhido em meses de investigação. O procurador-geral da República em São Paulo, Mário Bonsaglia, ofereceu a denúncia ontem na 2ª Vara Criminal da Justiça.
As empresas acusadas são a concessionária Quórum Distribuidora de Veículos (autorizada da Fiat), a revendedora não autorizada Gran Ville e a Via São Paulo, denunciada como intermediadora dos carros populares destinados a abastecer as pequenas revendas.
Também foram denunciados os proprietários dessas empresas: Valdner Papa, Ordálio Cavalcanti de Lima, José Jorge Cardoso, Carlos Roberto Campante, Sergio Henrique Cardoso Lisboa, Waldemar Antunes Junior, Fernando Becker e Carlos do Espírito Santo.
Além desses casos considerados comprovados pelo Ministério Público e pela Receita, existem outras 34 empresas que estão sendo investigadas por suposta participação no esquema do ágio.
A Receita Federal estima que cerca de 60% de todo o mercado dos "populares" passa pela cobrança de ágio.
A Receita começou a investigação a partir do endereço da Via São Paulo. A empresa funcionaria em uma casa sem identificação comercial, e atenderia os pedidos por telefone.
Além de cheques e depósitos bancários que comprovariam a divisão do lucro do ágio entre as três empresas, a Receita também teria apreendido outros documentos próprios de comunicação entre os integrantes do esquema, como a confirmação de negócios e autorização de entregas..

Texto Anterior: Distribuidores de GLP querem subir margens
Próximo Texto: Envolvidos negam acusação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.