São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994
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A Superliga e o show

CIDA SANTOS

O vôlei brasileiro descobre que a tendência do esporte nestes anos 90 é ser tratado como um show. E, para entrar nessa onda, o momento não poderia ser melhor. No masculino, os cinco titulares da seleção, que estavam na Itália, estão de volta ao Brasil. No feminino, as meninas são vice-campeãs mundiais. Não à toa, o Campeonato da Liga Nacional mudou de nome. Agora é a Superliga.
Em busca de novos tempos, a Superliga começa em clima de festa e aproveita a popularidade dos atletas, que cada vez mais ganham status de artista. Para atrair os corações e mentes dos torcedores, a rodada de abertura reunirá em um jogo-exibição os 24 principais jogadores dos times inscritos. No masculino, a partida é sexta-feira, em São Caetano. No feminino, é sábado, em Minas.
Seguindo o estilo NBA, a Superliga deverá ter também um "All Star Game" no final do campeonato, com os melhores jogadores. Como se dará a escolha desses atletas ainda não está definido. A idéia é que os torcedores possam de algum modo opinar na eleição.
A Superliga não é só o nome do campeonato. Já é também uma marca. E, como tal, deverá ser transportada para bonés, camisetas e outros produtos ligados ao vôlei. Pelo menos, esse é o plano das empresas encarregadas do marketing da competição. Prepare-se também para disputar figurinhas dos jogadores. Em fevereiro, elas deverão chegar às bancas.
Vamos ver se com a Superliga o campeonato de clubes consegue atrair também a atenção do público que lota os ginásios para acompanhar as seleções. Apesar da popularidade, o vôlei ainda mantém uma característica bem diferente dos outros esportes, principalmente do futebol. A maioria dos torcedores brasileiros ainda parece ter um interesse maior pelo atleta do que pelo esporte.
Quer um exemplo? No Mundial feminino, os homens eram maioria nas arquibancadas. Nos jogos do masculino, basta aguçar o ouvido para perceber que as meninas estão em maior número no ginásio.
Agora é esperar domingo, dia da primeira rodada do torneio masculino da Superliga. O Suzano, do técnico mão-de-ferro Ricardo Navajas, inicia a luta pelo terceiro título consecutivo, feito alcançado apenas pelo Fiat/Minas, em 86. Será que ele consegue? Nesta temporada, o time ganhou Axé. Além do nome alto astral, Axé tem uma das maiores impulsões do vôlei brasileiro. Fique de olho nele.

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