São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 1994 |
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Charlie Sheen recusa rótulo de anti-herói
ANDRÉ FONTENELLE
O filme, com estréia prevista para dezembro no Brasil, se salva pelos efeitos especiais e pelo humor, garantido pela interpretação de Sheen. Ele afirma que o roteiro inicial era menos irônico. "O humor cria uma cumplicidade com o público, diante das situações ridículas em que os personagens se metem", admite Sheen, em Paris para promover o filme. Guerra fria Ditch Brodie (Sheen) é um pára-quedista envolvido por acaso em uma trama para recuperar o ouro de Moscou, escondido no Arizona por ex-espiões soviéticos. Krista Moldova (Kinski) é a ex-espiã boazinha, que tenta encontrar o metal para salvar a Rússia da crise. Se as cenas de ação são de tirar o fôlego, a explicação da trama é constrangedora. "Se não recuperarmos o ouro, a Guerra Fria vai recomeçar", diz Krista. A sequência final, em que um Cadillac com três pessoas cai de um avião cargueiro, exigiu quatro semanas de trabalho, tomadas tradicionais e imagens de síntese em computador. Só para os saltos de pára-quedas, que são a marca do filme, foram usados oito dublês. Camaleão Criticar o que o desagrada no filme não constrange Sheen: "Não quero ser um camaleão politicamente correto. Isso violaria minha integridade. Ou você diz as coisas como elas são ou é melhor não dar entrevistas." O ator recusa o rótulo de anti-herói que ganhou com filmes como "Top Gang", dizendo que "não se vê como herói nem como anti-herói". Apesar de tudo, Sheen diz que gostou do resultado final e de trabalhar com Nastassja Kinski: "Somos de escolas diferentes, mas, depois de uma semana, compreendemos o estilo de cada um." Se depender dele, no entanto, este será seu último papel do gênero. "Quero fazer filmes sobre pessoas reais, baseados no trabalho do ator, 'back to basics'." O próximo projeto do ator é "The Shadow Program", que define como um "thriller político". É a história de um secretário que descobre uma trama contra o presidente de seu país. Outra coisa que Sheen não quer mais fazer é ir a Moscou, onde passou cinco dias de filmagem: "Foi a primeira e última vez. Não me senti bem. É como se houvesse algo no ar." Mais difícil que as filmagens, no entanto, só a promoção. Em um único dia, Sheen deu entrevistas a 34 jornalistas do mundo inteiro. "Fico me perguntando quando isso vai acabar", disse à Folha. Texto Anterior: Trio Kleiderman chega com rock agressivo Próximo Texto: São Paulo ganha espaços dedicados à produção étnica Índice |
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