São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Sanguinetti quer estender proteção no Mercosul

SÔNIA MOSSRI
DA ENVIADA ESPECIAL

O candidato colorado à Presidência do Uruguai, Julio María Sanguinetti, disse em entrevista à Folha que negociará com os demais países do Mercosul um prazo maior de proteção à indústria uruguaia, caso ganhe as eleições.
"Sobre o Mercosul, teremos que negociar tudo o que for possível para obter o período necessário para reorganizar a indústria e a agricultura uruguaia", afirmou.
O atual presidente uruguaio, Alberto Lacalle, depois de ameaçar não participar do Mercosul, obteve dos demais integrantes da união aduaneira (Brasil, Argentina e Paraguai) tratamento especial para cerca de 380 itens.
Com isso, esses produtos não terão alíquota zero no Mercosul, a partir de 1º de janeiro de 1995. Até 2001, as alíquotas vão gradualmente baixando até chegar a zero.
Sanguinetti considera que esse mecanismo de proteção é insuficiente. "Estamos chegando em desvantagem ao Mercosul. O tratado não prevê a situação dos países menores. Deveria prever um estatuto especial", diz.
Ele avalia que o governo Lacalle adotou um programa econômico que reduziu a competitividade da indústria uruguaia.
O candidato lembra que o Uruguai acumula um déficit comercial de US$ 500 milhões com os demais países do Mercosul.
"Queremos que o Mercosul saia bem. Para o Brasil, o Mercosul é 10% do seu comércio; para a Argentina é 22%; para o Uruguai, é 50%. O Mercosul tornou-se vital para o Uruguai", afirma.
Sanguinetti não detalha o prazo maior que gostaria de negociar no âmbito do Mercosul. Ele diz que implementará uma nova política agrícola e industrial se tomar posse em março próximo. O ponto principal seria a concessão de incentivos fiscais à exportação.
Sobre o presidente eleito do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, diz: "É uma sorte para a América Latina. Nós estamos debilitados em termos de liderança".
(SM)

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